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Xi pede a chefes de segurança nacional da China preparação para pior cenário possível

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O líder da China, Xi Jinping, pediu às autoridades de segurança do país que pensem nos “piores e mais extremos cenários” e que se preparem para “tempestades perigosas”. A declaração do dirigente ocorreu em um momento de instabilidade global agravada pela Guerra da Ucrânia, conflito no Leste Europeu do qual Pequim é acusada pelos EUA de planejar o envio de artefatos militares para a Rússia.

“[As questões de segurança nacional que a China enfrenta hoje são] consideravelmente mais complexas e muito mais difíceis de serem resolvidas”, disse Xi nesta terça-feira (30), em reunião da Comissão de Segurança Nacional do Partido Comunista Chinês, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

“Devemos aderir ao pensamento dos piores cenários e nos preparar para resistir a ventos fortes, águas agitadas e até tempestades perigosas”, acrescentou o líder chinês.

Xi disse ser necessário acelerar os esforços para modernizar o sistema e a capacidade de segurança nacional. Os gastos militares do gigante asiático no ano passado chegaram a US$ 242 bilhões (R$ 1,2 trilhão), atrás somente dos EUA, que tiveram despesa de US$ 767 bilhões (R$ 3,8 trilhões).

Para aprimorar a segurança, o dirigente chinês pediu o estabelecimento de um sistema de monitoramento de riscos e alerta precoce, além do fortalecimento da comunicação pública no setor. Detalhes ou cronogramas do projeto não foram divulgados pela agência Xinhua.

Participaram da reunião integrantes do alto escalão do Partido Comunista Chinês, entre os quais o primeiro-ministro do país asiático, Li Qiang, o presidente do Congresso Nacional do Povo, Zhao Leji, e o ex-prefeito de Pequim Cai Qi, além de autoridades e secretários da área de segurança nacional.

Os líderes discutiram ainda assuntos sensíveis da área de tecnologia, entre as quais a necessidade de melhorar a segurança de dados e da inteligência artificial no país. Segundo comunicado que resumiu o trabalho da comissão, foram discutidos assuntos relacionados a soberania e desenvolvimento.

As tensões entre EUA e China aumentaram com a Guerra da Ucrânia e também com a chamada Guerra Fria 2.0. Pequim rejeitou nesta semana um pedido americano para que fosse feita uma reunião com os chefes de Defesa dos países em um fórum anual de segurança em Singapura, que começa na sexta (2). Os motivos para a recusa não foram informados, mas a porta-voz da chancelaria chinesa Mao Ning disse que Washington precisa “mostrar sinceridade e criar as condições necessárias para o diálogo”.

As tensões aprofundaram a divisão entre os países e tiveram o ápice em fevereiro, quando os EUA anunciaram a derrubada de um suposto balão espião chinês que sobrevoou o país. Pequim repudiou a ação e disse que o artefato era civil e destinado a pesquisas. Em janeiro, um documento vazado revelou a avaliação feita por um general americano de que as superpotências devem travar uma guerra em 2025.

O maior tema de desavenças tem sido a Guerra da Ucrânia -Washington, principal fornecedor de armas de Kiev, tem acusado Pequim, sem apresentar nenhuma evidência, de planejar o envio de artefatos militares para Moscou, o que o país asiático nega.

A China é uma das principais aliadas da Rússia e, antes da guerra, Xi Jinping e Vladimir Putin celebraram uma “amizade sem limites”. Neste mês, o representante especial do país para Assuntos Eurasiáticos, Li Hui, defendeu em um giro pela Europa que Moscou mantivesse as áreas que anexou ilegalmente na Ucrânia em setembro passado, segundo o americano The Wall Street Journal.

Nesta terça, em nova rusga de Pequim com Washington, militares americanos afirmaram que, na semana passada, um piloto de caça chinês fez uma “manobra desnecessariamente agressiva” perto de um avião de vigilância americano que sobrevoava o Mar do Sul da China. O Pentágono sustenta que tal incidente é um padrão de conduta do país adversário.

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