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Guerra no Sudão chega a dois meses com esforços de paz sob obstáculos

Por Nafisa Eltahir e Khalid Abdelaziz

CAIRO/DUBAI (Reuters) – O conflito no Sudão atingiu a marca de dois meses nesta quinta-feira sem sinal de resolução, uma vez que os esforços diplomáticos de paz encontram obstáculos e aumenta o risco de uma guerra étnica mais ampla.

Os combates entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF), que um diplomata norte-americano descreveu nesta semana como um comportamento “suicida”, deslocaram 2,2 milhões de pessoas e mataram pelo menos 1.000, uma estimativa subestimada de acordo com médicos.

A guerra paralisou a economia, levando milhões de sudaneses à fome e à dependência de ajuda externa, e destruiu o sistema de saúde.

O Exército e a RSF, que juntos derrubaram o autocrata Omar al-Bashir em 2019, começaram a lutar no coração da capital em 15 de abril após discordarem sobre a integração de suas tropas sob uma nova transição para a democracia.

Desde então, os combates se expandiram, atingindo cidades importantes no oeste do país, principalmente a cidade de El Geneina, no oeste de Darfur, onde ativistas dizem que 1.100 pessoas foram mortas e a ONU diz que 150.000 pessoas fugiram para o Chade.

Nesta quinta-feira, moradores de Cartum e das cidades vizinhas Omdurman e Bahri relataram confrontos, disparos de artilharia e ataques aéreos perto de áreas residenciais.

Depois de vários cessar-fogos fracassados, diplomatas norte-americanos admitiram nesta semana que as negociações em Jeddah não foram bem-sucedidas e estavam considerando outros caminhos.

Enquanto isso, os moradores de Cartum acusaram soldados da RSF e gangues armadas de saquear casas. O residente de East Khartoum, Waleed Adam, disse que dois homens, um com uniforme da RSF, apareceram em sua porta apontando uma AK-47.

“Eles destruíram minha casa e roubaram meu dinheiro”, disse ele.

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