Brasil

Bancos da América Latina são capazes de enfrentar ambiente econômico complicado, diz Fitch

Por Nelson Bocanegra

BOGOTÁ (Reuters) – Os bancos latino-americanos têm níveis de solvência que possibilitam a gestão de um cenário de altas taxas de juros e uma desaceleração econômica que provavelmente durará até 2024, disse um executivo sênior da Fitch à Reuters.

Para ele, as preocupações recairão principalmente sobre a deterioração das carteiras de crédito.

Os bancos latino-americanos mostraram alta resiliência frente a choques vistos nos últimos três anos, incluindo a pandemia, o impacto da guerra na Ucrânia e a elevada inflação, segundo a agência de classificação de risco.

Esses fatores fizeram com que as margens dos bancos se estreitassem, tornando mais difícil para as instituições menores conceder empréstimos, além de terem impactado o lucro em geral.

“O banco médio está em boas condições para continuar enfrentando esses desafios”, disse Alejandro Garcia, chefe da Fitch para o grupo de instituições financeiras na América Latina, em entrevista à Reuters por telefone de Nova York.

Os bancos enfrentam condições mais benignas no México, Brasil, Panamá e Chile, afirmou Garcia na quinta-feira, citando a expectativa de melhores desempenhos econômicos nesses países. Do outro lado, as condições estão menos favoráveis na Colômbia, Peru e Argentina, que também são afetados pela incerteza política.

Embora Garcia tenha destacado a estabilidade dos bancos latino-americanos quanto à financiamento e à crédito– especialmente em relação à solvência –, bem como seu perfil de captação e liquidez, ele alertou para a deterioração das carteiras de empréstimos, com elevação da inadimplência.

“O jogo para este ano e possivelmente parte do próximo é ver como se desenrola a deterioração das carteiras (de crédito) e como o ambiente de maior incerteza política e menor dinamismo econômico também afeta a potencial diminuição dos empréstimos concedidos por bancos”, disse.

A desaceleração econômica pode causar mudanças nos bancos tradicionais, e as fintech podem ganhar mais participação de mercado, disse Garcia.

(Reportagem de Nelson Bocanegra)

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