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Copel tem caminho livre para privatização após aprovação de outorga de usinas pelo TCU

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) – O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira o valor de 3,72 bilhões de reais a ser pago pela companhia elétrica paranaense Copel pela renovação das concessões de três usinas hidrelétricas, passo importante no processo de privatização da empresa.

O aval da Corte permite que a Copel prossiga com a oferta de ações lançada na semana passada, que diluirá a participação do Estado do Paraná no capital da companhia.

O “follow on”, que pode movimentar cerca de 5 bilhões de reais, em uma das principais operações do mercado acionário brasileiro deste ano, foi lançado com um aviso de que poderia ser cancelado caso o bônus de outorga não fosse aprovado nesta semana pelo TCU.

A precificação das ações da Copel na operação ocorrerá já na próxima terça-feira.

A renovação dos contratos das usinas Salto Caxias, Segredo e Foz do Areia é essencial para a privatização da Copel. Os empreendimentos somam 4.176 megawatts (MW) de capacidade instalada, mais da metade do parque gerador da companhia, sendo importante fonte de receitas.

O valor de 3,72 bilhões de reais foi calculado pelo Ministério de Minas e Energia a partir de uma fórmula já empregada em outras renovações de concessões hidrelétricas.

“Ganha todo mundo nesse processo”, disse nesta quarta-feira o ministro do TCU Vital do Rêgo, que havia pedido vista do processo da Copel no mês passado.

Segundo ele, a metodologia de cálculo usada para precificar os ativos da Copel foi “moderna” e traz “ganho” ao país.

A desestatização da Copel é inspirada nos moldes da operação da Eletrobras, privatizada em junho do ano passado, em uma oferta que movimentou mais de 30 bilhões de reais, com a transformação da empresa em uma “corporation”, sem controle definido, e diluição da fatia da União no capital.

A reformulação do estatuto da Copel para a privatização inclui mecanismos colocados também para a Eletrobras, como a limitação a 10% do poder de voto de acionista ou grupo de acionistas — algo que desagradou o BNDESPar, acionista relevante da Copel, detendo cerca de 24% do capital.

(Por Letícia Fucuchima)

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