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Flamengo: Justiça do Rio ouve testemunhas de acusação do incêndio no Ninho do Urubu

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Flamengo: Justiça do Rio ouve testemunhas de acusação do incêndio no Ninho do Urubu A Justiça Criminal realiza nesta sexta-feira (18) a primeira audiência de instrução e julgamento do processo contra oito réus pelas mortes de dez atletas da base do Flamengo após um incêndio no Ninho do Urubu, em Vargem Grande. O caso ocorreu no dia 8 de fevereiro de 2019.

Nesta sexta-feira, serão ouvidas as testemunhas de acusação.

São réus por incêndio culposo qualificado pelos resultados morte e lesão grave o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello; Márcio Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo; Marcelo Sá, engenheiro do Flamengo; Claudia Pereira Rodrigues, Weslley Gimenes Danilo da Silva Duarte e Fabio Hilário da Silva, da NHJ (empresa que forneceu os contêineres); e Edson Colman da Silva, técnico em refrigeração.

Inicialmente, o Ministério Público denunciou 11 pessoas, e a denúncia foi aceita pela Justiça. No entanto, em 2021, o juiz rejeitou a denúncia do MP contra o ex-diretor de base Carlos Noval e o engenheiro Luiz Felipe Pondé. Já o monitor Marcus Vinícius Medeiros foi absolvido da acusação.

Foram vítimas do incêndio:

Athila Paixão, de 14 anos

Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos

Bernardo Pisetta, 14 anos

Christian Esmério, 15 anos

Gedson Santos, 14 anos

Jorge Eduardo Santos, 15 anos

Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos

Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos

Samuel Thomas Rosa, 15 anos

Vitor Isaías, 15 anos

A família de Christian Esmério é a única a ainda não ter fechado um acordo de indenização com o Flamengo.

De acordo com o Ministério Público, houve diversas irregularidades que culminaram no incêndio:

Desobediência a sanções administrativas impostas pelo Poder Público por descumprimento de normas técnicas regulamentares

Ocultação das reais condições das construções existentes no local ante a fiscalização do Corpo de Bombeiros

Contratação e instalação de contêiner em discordância com regras técnicas de engenharia e arquitetura para servirem de dormitório de adolescentes

Inobservância do dever de manutenção adequada das estruturas elétricas que forneciam energia ao contêiner

Inexistência de plano de socorro e evacuação em caso de incêndio

Falta de atenção em atender manifestações feitas pelo MPRJ e o MPT a fim de preservar a integridade física dos adolescentes.

Os réus

Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, é um dos réus no processo. Foi ele quem assinou todos os contratos de compra dos contêineres que pegaram fogo. Em 2014, Bandeira de Mello chegou a ser notificado pelo Ministério Público e pelo Ministério Público do Trabalho pra regularizar a situação considerada precária pelas autoridades.

De acordo com o MP, Bandeira de Mello optou por não cumprir as determinações de adequação do espaço, como o sistema de prevenção de incêndio devidamente certificado pelo Corpo de Bombeiros. Os promotores dizem que Bandeira tinha ciência do estado de clandestinidade dos contêineres.

O ex-diretor do Flamengo, Antonio Marcio Mongelli e Garotti, também se tornou réu.

Quatro representantes da Empresa Novo Horizonte Jacarepaguá importação e exportação, a NHJ, também são réus: Claudia Pereira Rodrigues, por ter fornecido os módulos onde dormiam os atletas, segundo o MP, em desacordo com a finalidade anunciada e ainda os engenheiros Fábio Hilario da Silva, Danilo da Silva Duarte e Weslley Gimenes, responsáveis pela fabricação, montagem e instalação dos contêineres.

Também foi denunciado Edson Colman da Silva, sócio da Colman Refrigeração, que realizava a manutenção nos seis aparelhos de ar condicionado dos módulos. Fonte G1

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