Benefícios

SUS oferece tratamento para parar de fumar. Conheça e veja como participar

SUS CIGARRO FUMANTE
Nopphon_1987/Shutterstock.com

SUS oferece tratamento para parar de fumar. Conheça e veja como participar Saiba como ter acesso ao tratamento para cessação do tabagismo nas unidades básicas de saúde.

Fumei por 45 anos. Mas só quando quis melhorar a saúde e a disposição geral, consegui começar o tratamento. Tem que ser uma decisão forte, pessoal, pois não é fácil parar. Às vezes a vontade vem, mas vai embora também”, explica Ailton Silva Gomes, de 60 anos. Ele começou o tratamento na Unidade Básica de Saúde do Paranoá Parque, em Brasília (DF), há seis meses. Neste Dia Nacional de Combate ao Fumo (29), o Ministério da Saúde lembra que parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida.

Assim como Ailton, Sebastião Pereira dos Santos, 49 anos, também buscou ajuda na unidade de saúde do bairro para conseguir parar de fumar. Ele fumou por volta de dois anos, contudo, independentemente do tempo de uso, o cigarro pode causar dependência à nicotina. “Eu via os amigos fumando e comecei. Depois que assisti à palestra da equipe de saúde e ouvi mais informações sobre os malefícios, parei, porém com a ajuda dos profissionais do posto”, conta.

Não foi à toa que Ailton e Sebastião procuraram a UBS mais próxima de sua residência para o tratamento de cessação do tabagismo. A atenção primária reúne as melhores condições para promover ações de educação com foco na promoção da saúde, ações de prevenção do início do uso do tabaco, bem como de cessação do tabagismo. “As unidades básicas de saúde são o melhor ponto de atenção para a abordagem do tabagismo, por sua capilaridade e proximidade com a população, pois são os determinantes sociais e o território que interferem nas mudanças comportamentais”, explica a coordenadora-geral de Prevenção as Condições Crônicas na APS, Gilmara do Santos.

As pessoas podem informar o seu desejo de parar de fumar a qualquer profissional de saúde na UBS mais próxima de sua residência ou do trabalho. É recomendado também buscar informações na secretaria estadual e/ou municipal de saúde para receber orientações sobre programas locais, bem como horários e locais de atendimento.

Durante consultas de rotina, qualquer profissional de saúde pode realizar a abordagem básica, que consiste em perguntar sobre o uso do tabaco, avaliar a vontade de parar, aconselhar a cessação do tabagismo, preparar para a cessação e organizar um suporte para a pessoa. Depois da avaliação clínica inicial, o profissional de saúde deve prestar assistência terapêutica e acompanhamento individual ou em grupo e, se indicado, instituir tratamento.

O Ministério da Saúde disponibiliza materiais que auxiliam os profissionais de saúde na conduta clínica do tratamento, como a Linha de Cuidado do Tabagismo , que pode ser acessada pela população e traz informações sobre como parar de fumar, os benefícios da cessação e mais.

Dependência

O tabagismo é uma doença crônica. Além da nicotina, o cigarro contém ainda milhares de substâncias químicas, sendo fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas e diversas neoplasias, dentre outras.

O tabagismo passivo também afeta quem não fuma devido à exposição à fumaça exalada pelos fumantes e por produtos de tabaco durante a sua queima. Também está correlacionado ao desenvolvimento de doenças e agravos à saúde. O uso dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), como o cigarro eletrônico, também têm nicotina e seu uso foi associado aos riscos das mesmas doenças crônicas que o cigarro comum.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) , o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas anualmente, entre essas, 1,3 milhão de pessoas expostas ao fumo passivo. No Brasil, o inquérito Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico ( Vigitel, 2022 ) aponta que em 2021 o percentual de fumantes com 18 anos ou mais residentes nas capitais e no Distrito Federal foi de 9,1%, sendo maior no sexo masculino (11,8%) e menor no feminino (6,7%).

To Top