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Como aproveitas as melhores ofertas agora na Black Friday

Black friday promoções descontos
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Como aproveitas as melhores ofertas agora na Black Friday Campanha terá promoções pontuais e será preciso pesquisar para fazer boas compras.

Dois em cada três brasileiros pretendem comprar produtos na Black Friday deste ano, que acontecerá em 24 de novembro, segundo pesquisa encomendada pelo Google à Offerwise. E a intenção de compra cresceu na maioria das categorias analisadas (16 entre 20), como beleza e perfumaria, eletrodomésticos, eletroportáteis, móveis etc. O saldo, apesar de positivo, é resultado de comparação com uma edição difícil, realizada em 2022.

— A Black Friday do ano passado foi muito ruim, por conta da proximidade com a Copa do Mundo e as eleições. Então, este ano, deve melhorar. Mas há uma crise muito grande ainda no varejo, por outros motivos — explica o professor Ulysses Reis, da Fundação Getúlio Vargas.

Segundo Ulysses, essa crise vai ditar como serão as promoções da campanha. Ela deve ser antecipada por várias redes, que começarão a anunciar descontos no início de novembro, para tentar queimar estoques.

— É um ano de dificuldade de girar estoques e quebra de grade, ou seja, quando de um mesmo produto alguns modelos saem e outros não. Por um lado, é um fator que pode gerar boas ofertas na Black Friday. Mas, com a crise, os varejistas compram menos. Então, deve haver menos opções para compras.

Além disso, a seca em Manaus — que tem uma zona franca onde fábricas costumam montar produtos de linha branca, como eletrodomésticos, e eletrônicos, como notebooks e celulares — tem dificultado a produção e encarecido a distribuição dos itens. Assim, a reposição de estoques já virou um problema para os varejistas.

A consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil confirma que nenhum grande fabricante ou varejista reportou grande esforço para comprar smartphones e computadores nos últimos dois meses, quando costumavam fazer as aquisições para a Black Friday.

— Não há nenhuma perspectiva clara de um amplo conjunto de produtos com descontos agressivos. O que os fabricantes nos apontam é que vai ter sempre um item no qual o desconto vai ser aplicado, mas não vai ser em todas as linhas e produtos que os descontos agressivos vão acontecer — afirma o diretor da IDC Brasil Reinaldo Sakis.

Os consumidores terão que pesquisar bastante. A fim de ajudá-los, o EXTRA traz dicas de como se preparar com antecedência para tirar o maior proveito da campanha.

E-commerce mais forte

Na pandemia, o comércio eletrônico no Brasil cresceu. E, ao contrário do que aconteceu em outros países, não retraiu depois. Para se ter uma ideia, em 2019, a receita do setor chegou aos R$ 90 bilhões. Somente no primeiro semestre de 2023, a marca foi de R$ 80,4 bilhões.

— O receio de comprar on-line, por causa da segurança, foi vencido pela necessidade, e depois o hábito foi incorporado ao dia a dia — avalia Mauricio Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm).

Nesta Black Friday, a Abcomm estima que o faturamento do setor deve aumentar em 17%. Segundo pesquisa do Google encomendada à Offerwise, 91% dos consumidores vão pesquisar on-line antes de comprar. E o Google será o principal canal: 53% dos consumidores afirmam que é no Google que mais descobrem promoções na campanha e 51% dizem que o site ajuda a decidir qual produto comprar.

Uma das novidades da empresa para o período é o recurso “Anotações de frete”, que permite aos vendedores colocar etiquetas nos produtos, indicando frete grátis, entrega mais rápida e devolução gratuita. O lojista precisa acessar o Google Merchant Center para cadastrar as informações sobre produtos à venda no seu site e exibir no Google.

— O custo do frete está entre os cinco aspectos mais importantes para o consumidor definir onde vai comprar um produto — explica Fábio Garcia, líder de negócios para varejo do Google Brasil.

Maquiagem de ofertas ainda é comum

A Black Friday é uma campanha consolidada no país, mas todos os anos ainda há reclamações dos consumidores. Segundo Carolina Vesentini, advogada da área de Relacionamento do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o apelo das promoções — que algumas vezes podem ser ofertas-relâmpago — aumenta os riscos de cair numa cilada.

— Há uma facilidade sempre que se trata de datas comerciais, há o apelo do marketing e tudo mais, e as pessoas acabam ficando mais vulneráveis, agindo mais na emoção nessas datas e pensando menos. Para evitar enrascadas, é importante controlar a ansiedade frente às “megaliquidações” e preços aparentemente baixos e tomar alguns cuidados antes de sair comprando por aí — indica.

Alguns cuidados podem ser vistos ao lado. São dicas de planejamento para aproveitar as promoções da sexta-feira especial, e outros alertas que já devem ser ligados. Afinal, algumas lojas praticam descontos desde o início de novembro, e, no meio deles, pode haver ofertas falsas.

— Muitas empresas maquiam o preço para que o produto pareça mais barato. Ou seja, sobem o valor na véspera e baixam na data como se fosse uma oferta. Essa prática é considerada publicidade enganosa, e o estabelecimento pode ser penalizado — pontua Carolina Vesentini.

Bandidos usam data para aplicar golpes

A época também pede atenção para se esquivar de golpes.

— A Black Friday vira uma embalagem sazonal para uma série de golpes frequentes — justifica Carlos Cabral, pesquisador da empresa de cibersegurança Tempest.

Um dos golpes, segundo Cabral, simula campanhas, que servem de apelo para a vítima clicar em links maliciosos que podem instalar softwares no seu dispositivo e roubar seus dados. A dica é, portanto, nunca clicar em links em mensagens; fazer as compras em sites conhecidos e pesquisar comentários em sites de queixas.

Mas os riscos também existem offline. Walter Faria, diretor adjunto de Serviços da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) cita os golpes em que bandidos aproveitam a aglomeração de pessoas para efetuar uma troca de cartões no momento do pagamento.

— Ou o golpista desvia a atenção da pessoa para que digite a senha no campo destinado ao valor da compra, e ele descubra o código secreto — orienta: — O campo de senha deve mostrar apenas asteriscos.

O cliente também não deve fazer pagamentos se o visor da maquininha estiver danificado, para não perder o controle do que está pagando. E deve pedir o recibo depois.

Veja as tarefas de preparação

Fonte: Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira

1. Fazer um diagnóstico financeiro: antes de fazer compras na Black Friday, é importante avaliar sua situação financeira. Faça um levantamento de quanto você pode comprometer com as compras, considerando se poderá pagar à vista ou parceladamente.

2. Defina seu perfil: se for investidor, essa é a hora de aproveitar de forma estratégica. Caso esteja equilibrado ou endividado, saberá que é preciso muito cuidado para não se complicar ainda mais. Busque só o necessário. Se estiver inadimplente, fuja das promoções.

3. Identificar necessidades e desejos: faça uma lista do que você realmente precisa e do que deseja comprar. Ter essa lista ajuda a evitar compras por impulso.

4. Definir métodos de pagamento: decida quais métodos de pagamento utilizará, como cartão de crédito, boleto ou transferência. Escolher com antecedência ajuda a controlar seus gastos.

5. Cortar despesas: considere cortar algumas despesas no mês anterior à Black Friday para liberar verba extra. Isso permitirá que você aproveite melhor as ofertas.

6.    Escolher modelos: alguns produtos, como eletrodomésticos e eletrônicos, têm uma variedade de modelos com diferentes especificações técnicas. Leia sobre eles, consulte sites especializados e já defina suas opções para compra.

7. Pesquisar preços antecipadamente: estude os preços médios dos produtos que deseja adquirir antes da Black Friday. Sites como “Zoom” mostram históricos de preços de até seis meses. Assim, você poderá avaliar se as ofertas são realmente vantajosas.

8.   Criar alertas de preço: use sites como o “Zoom”, que têm como ferramentas alertas de preços, para ser avisado se um produto atingir o preço desejado.

9.   Anotar live commerces: coloque na agenda as datas de livecommerces de suas lojas favoritas.

10.   Fazer cadastro em sites de cupons e cashback: procure por sites que oferecem cupons de desconto e cashback, como “Cuponeria” e “Ame Digital”, e veja as condições de cada um, para não perder oportunidades na pressa de comprar na Black Friday.

11.  Conversar com as pessoas: se for presentear, descubra os desejos reais das pessoas para evitar gastar em presentes caros quando opções mais econômicas seriam igualmente bem-recebidas. Se estiver com dificuldades financeiras, priorize presentes para crianças, explicando a situação aos adultos.

12.  Verificar reputação de sites e lojas: certifique-se de que os sites e as lojas que pretende comprar sejam confiáveis, consultando avaliações de outros consumidores em sites como o “Reclame Aqui”.

13.   Atualizar seu antivírus: para compras online, mantenha seu antivírus atualizado para proteger seus dispositivos contra programas maliciosos.

14.   Monitorar redes sociais: redes sociais e perfis de marcas podem trazer promoções-relâmpago ao longo do mês.

15.   Considerar custos futuros: antes de comprar, avalie se não acarretará custos extras, como acessórios ou manutenção de produtos.

16.   Priorizar paciência: mantenha a paciência para não comprar com pressa e cair numa cilada. Evite o estresse.

17.   Evitar boleto: prefira não comprar em sites que só aceitam pagamento via boleto, pois além de não passar pela verificação da administradora do cartão, caso haja fraude, não conseguirá reaver o valor pago. Se for pagar a compra com boleto, confira quem é a empresa beneficiária que aparece no momento do pagamento do boleto, no aplicativo ou no site do banco. Se o nome for diferente da marca ou da empresa onde a compra foi feita, a transação não deve ser concluída.

18.   Usar dispositivo pessoal: nunca use um computador público ou de um estranho para efetuar compras ou colocar dados bancários.

19.   Checar políticas de troca: verifique quais são as políticas de cada loja, para não se frustrar se não gostar do produto.

20.   Ter cuidado com Pix: sempre faça o pagamento dentro do ambiente da loja virtual. Quando o varejista fornecer o código QR Code, confira com atenção todos os dados do pagamento e se a loja escolhida é realmente quem vai receber o dinheiro. Só após essa checagem detalhada, faça a transferência. Fonte: Extra Globo

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