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Blocos Carnavalescos redefinem percursos para evitar aglomerações

Carnaval Festas
holman1 martinez/Shutterstock.com

A cada ano, surgem novos blocos carnavalescos no Rio de Janeiro, homenageando artistas ou satirizando programas de TV. Embora as inspirações sejam diversas, os pontos de concentração costumam se repetir. Alguns desses blocos, conhecidos como independentes, nem sempre têm autorização oficial da prefeitura e escolhem seus locais de concentração conforme a disponibilidade.

Nos últimos cinco anos, os locais mais procurados pelos blocos alternativos foram a Região Portuária, o Centro e Santa Teresa. No entanto, com o aumento da popularidade de alguns desses desfiles, o número de foliões cresce, e os locais tradicionais já não comportam mais o público. Um exemplo disso é o bloco Amores Líquidos, que, pela primeira vez na semana passada, concentrou-se em São Cristóvão. Nos anos anteriores, o desfile ocorria na Gamboa, Saúde e Boulevard Olímpico, na Zona Portuária.

“Um dos motivos que nos levaram a levar o bloco para São Cristóvão foi descentralizar, mesmo sendo considerado um bairro da área central. Sempre quisemos oferecer uma experiência diferente, inovadora. É importante para as pessoas, em meio a tantos blocos, terem alternativas”, explica Vinicius Orrico, um dos fundadores do Amores Líquidos.

Para levar o cortejo para perto da Feira de Tradições Nordestinas, os organizadores tiveram que arcar com custos extras, como contratar uma equipe de tráfego e segurança para os músicos, já que não contam com apoio da prefeitura.

A violência também é um fator considerado na escolha dos locais. “O Centro é dominado por megablocos. Fica cheio de foliões, carros e… criminosos. Eles sabem que muita gente estará lá e é mais fácil cometer roubos. Se estamos chamando pessoas para a rua, temos que garantir alguma segurança”, destaca Victor Farjalla, responsável pela logística do Amores Líquidos.

Os comerciantes foram avisados previamente sobre a passagem do bloco e incentivados a oferecer serviços aos foliões, como uso de banheiros ou venda de bebidas. “Os donos de bares ficaram felizes por estarmos levando clientes para um lugar que geralmente é pouco movimentado”, conclui Farjalla.

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