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Como especialistas estimaram público no ato de Bolsonaro

Manifestação Bolsonaro
Foto Reprodução Internet

Na Avenida Paulista, um recente ato político liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro contou com a presença de aproximadamente 185 mil participantes, segundo estimativas fornecidas pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP. Este número foi obtido através de uma inovadora tecnologia de contagem de público, diferenciando-se significativamente dos métodos tradicionais empregados por entidades como a Polícia Militar.

Pablo Ortellado, especialista em Gestão de Políticas Públicas e professor na Universidade de São Paulo, detalhou durante uma entrevista ao Estúdio i, como a universidade emprega fotografias sequenciais e um software especialmente desenvolvido para contabilizar indivíduos em grandes aglomerações. Ortellado explica que, ao contrário das estimativas usualmente infladas, o sistema da USP busca oferecer dados mais precisos e comparáveis ao longo do tempo, com uma margem de erro reduzida a apenas 12%.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) descreve seu método de cálculo baseado na área ocupada e um “coeficiente de ocupação”, derivado de imagens aéreas e observações de campo. Já a abordagem da USP se distingue pelo uso de drones para capturar imagens verticais da multidão, processadas posteriormente por um software que elimina duplicidades e compila uma grande imagem panorâmica para a contagem final.

Este avanço tecnológico representa uma evolução significativa na forma de mensurar públicos em eventos de grande escala, permitindo uma análise comparativa mais precisa entre diferentes mobilizações no mesmo local. Ortellado salienta a importância de superar as estimativas exageradas que marcaram a cultura política brasileira por anos, oferecendo agora um recurso mais confiável para pesquisadores e o público em geral.

O pico de presença foi registrado às 15h, com uma redução significativa do público até as 17h. Este método de contagem, embora apresente limitações como a incapacidade de contabilizar pessoas sob árvores ou aquelas que chegaram após a captura das imagens, promete estabelecer um novo padrão de precisão e confiabilidade em estudos de mobilização social e eventos políticos.

Como é feita a medição:

são tiradas fotos por drones na posição vertical. A divisão é feita por perímetro, podendo ser de um quarteirão inteiro ou meio quarteirão;

um software tira a sobreposição das imagens, para não contar as mesmas pessoas duas vezes;

é criada uma grande foto na horizontal, juntando todas as fotos tiradas.

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