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Mãe e irmã de Marielle comentam operação: ‘A maior surpresa nisso tudo foi a prisão de Rivaldo Barbosa’, diz Marinete

Mãe de Marielle Franco, Marinete da Silva, disse que a inclusão do nome de Rivaldo Barbosa na lista de mandantes do assassinato da vereadora do Rio foi uma “surpresa”. Delegado de polícia, Barbosa mantinha relação de confiança com a família. Ele trabalhou próximo a Marielle quando ela era assessora do gabinete de Marcelo Freixo e garantiu a Marinete que investigaria o assassinato.

— A maior surpresa nisso tudo foi o nome do Rivaldo. Minha filha confiava nele, no trabalho dele — disse Marinete, em entrevista à Globonews.

Supostos mandantes dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes são presos pela PF

Segundo a mãe, é “difícil” ver o envolvimento no crime de uma autoridade que prometeu investigar o assassinato:

— Ele falou que era questão de honra elucidar esse caso (morte da Marielle). — Quando vive uma coisa dessas com uma autoridade que deveria fazer seu trabalho é mais difícil ainda. Ver o nome dele nessa lama.

Irmã de Marielle, a ministra Anielle Franco disse que a família estava “acreditando no trabalho” de Barbosa, que chegou a ser chefe de polícia.

— Surpresa de uma pessoa que foi um dos primeiros contatos com a família. Tanto como irmã como integrante do governo, tem muita coisa que para a gente dá uma sensação de vitória, mas que não acabou.

Segundo ela, a família ainda espera novos desdobramentos da investigação para saber o papel de cada investigado no crime:

— A colocação do Rivaldo dá aquele gostinho de que o jogo não acabou.

Nas redes sociais, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), amigo de Marielle Franco também comentou a operação da PF pelas redes sociais. Ele destacou a prisão de Rivaldo Barbosa.

“Foi para Rivaldo Barbosa que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime. Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”, escreveu Freixo.

Mulher de Freixo, a roteirista Antonia Pellegrino, atual diretora de conteúdo da EBC, disse ter escutado de Barbosa, logo após o crime, para ligar a ele diante de “qualquer coisa estranha, qualquer insegurança”:

“Nunca vou me esquecer de Rivaldo Barbosa recebendo a família e os amigos da Marielle, no dia 15 de março. Ao sairmos da sede da polícia, o então chefe da civil me disse: qualquer coisa estranha, qualquer insegurança, me liga. Hoje Rivaldo foi preso por não deixar a investigação andar”, escreveu.

Anielle Franco publicou nas redes uma mensagem após a prisão dos supostos mandantes:

“Só deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?Agradeço o empenho da PF, do gov federal, do MP federal e estadual e do ministro Alexandre de Moraes. Estamos mais perto da Justiça! Grande dia!”, escreveu a ministra.

Como o EXTRA mostrou, entre os alvos da PF, estão o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio.

Ao todo, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça”, informou a PF, em nota.

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