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Saiba como se proteger de golpes do falso emprego

Uma chance no mercado de trabalho é o desejo de muitos brasileiros, mas falsas vagas de emprego podem transformar o sonho em pesadelo. Com o mercado aquecido — apenas em fevereiro, foram registrados mais de 306 mil postos formais no país, segundo o Caged —, criminosos aproveitam processos seletivos em andamento para atrair vítimas por meio de oportunidades fakes.

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Levantamento realizado pela empresa de recrutamento e seleção Heach Brasil identificou que uma em cada 10 pessoas já foi vítima do golpe do falso emprego. Além disso, a faixa dos 26 aos 50 anos é a favorita dos criminosos: cerca de 21% desse grupo já sofreu algum tipo de abordagem.

Em um caso recente, uma usuária — identificada como hellbecah — contou no X (antigo Twitter) que se inscreveu para uma vaga na plataforma Infojobs. Após ser chamada pela recrutadora, ela foi aprovada sem entrevista. Para o exame de admissão foi cobrado R$ 180, o que fez seu irmão desconfiar.

A Kaspersky detectou e bloqueou em todo mundo cerca de 508 milhões de tentativas de acesso a conteúdo fraudulento, com 10,57% desse número apenas no Brasil. O número é justificado pela afinidade que o brasileiro possui com as redes, explica Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.

— O Brasil é o 3º país que mais usa redes sociais no mundo, isso também se aplica à procura por vagas de emprego nas mídias — diz.

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Além do pagamento de taxa, José Tortato, COO do Banco Nacional de Empregos explica que as vagas fraudulentas costumam ser atrativas, com trabalhos de meio período, sem exigência de experiência e salários altos.

— Os candidatos devem sempre desconfiar de ofertas que parecem boas demais para ser verdade ou daquelas que não exigem experiências ou habilidades específicas.

Em nota, o Infojobs disse que não cobrar taxa para exames e recomenda que os candidatos não paguem nenhum valor nos processos seletivos, acrescentando que tem uma área para verificar a validade das vagas. A plataforma informou ainda que oferece um canal de denúncia e orientações para evitar golpes. A empresa também esclareceu que não gerencia os processos das empresas que publicam no site e não entra em contato para convidar candidatos a participar de processos seletivos.

Abordagens mais sofisticadas

Os golpes de falso emprego começaram a ser aplicados por meio de SMS, onde um recrutador abordava a vítima oferecendo uma oportunidade. Com o tempo, esse contato migrou para aplicativos de mensagens e, hoje, estão cada vez mais sofisticadas.

CEO da Heach Brasil, Elcio Paulo Teixeira, avalia que, à medida que esses golpes se popularizam, há uma sofisticação dos métodos, que vão desde sistemas para criar sites falsos de plataformas de emprego até uso de inteligência artificial para customizar a abordagem.

— Eles coletam informações em redes sociais e fazem uma abordagem mais personalizada, levando a pessoa a clicar naquele link e ser direcionada para um portal onde insere seus dados. O mecanismo mais sofisticado gera credibilidade e a vítima acaba compartilhando a informação.

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Ao mesmo tempo, Assolini, da Kaspersky, avalia que os golpes se adaptam ao que é mais popular no momento.

— Os crimes são aplicados de acordo com o que as pessoas usam. Assim, chances das vítimas acessarem e caírem no golpe são maiores — comenta o especialista.

Independentemente do tipo de abordagem, os especialistas ressaltam a importância dos candidatos estarem atentos aos sinais, além de verificarem informações sobre a empresa para não ter suas informações utilizadas pelos criminosos.

— O principal foco desses criminosos é alguém que tenha renda, que tenha um nome limpo, porque com isso eles conseguem fazer o uso, por exemplo, para operações de crédito — diz Teixeira.

Como se proteger e identificar vagas verdadeiras

Pagar para participar do processo seletivo: redobre a atenção caso alguém entre em contato pedindo pagamento para a participação em um processo de seleção. É fraude.

Custear curso para contratação: se alguém te abordar pedindo que pague por um curso para fazer parte do processo seletivo, também é fraude.

Comunicação confusa e erros de digitação: geralmente, empresas sérias fazem contatos bem redigidos e com uma comunicação clara e profissional.

Vaga redireciona para site estranho: anúncios que levam para sites desconhecidos, que pouco ou nada têm a ver com carreira e emprego, podem apenas querer pegar dados e informações para montar um banco de dados e depois oferecer produtos e serviços.

Contato imediato após a candidatura: nesse tipo de fraude, alguém usa os dados que o candidato acabou de preencher para entrar em contato e oferecer algum produto ou serviço. Se isso acontecer, a dica é não assinar e não comprar nada, nem compartilhar dados bancários.

Vaga muito genérica: é possível que seja apenas um chamariz para uma empresa que quer montar um banco de dados e vender serviços a potenciais clientes. Um exemplo de vaga genérica é “profissional de tecnologia com função generalista que tenha mais de dois anos de experiência”.

História muito longa e improvável: se uma empresa que não tem escritório no Brasil, por exemplo, entrar em contato contando alguma história longa e confusa, e pedindo informações incomuns para um processo seletivo, fique bem atento. Pode ser uma forma de obter informações sobre sua casa e sua família de forma ilícita.

Convite em nome de plataforma de emprego: as plataformas de emprego, em sua maioria, são ferramentas utilizadas pelo próprio RH das empresas na hora de publicar uma vaga. Isso significa que é de total responsabilidade da empresa entrar em contato com os candidatos e conduzir o processo seletivo. Portanto, se alguém entrar em contato com você alegando representar a plataforma de emprego, desconfie.

Dados pessoais: no contato inicial realizado pelo RH, o recrutador deve fazer perguntas sobre sua experiência profissional ou formação acadêmica. Se forem feitas perguntas especificamente relacionadas a seus bens ou vida pessoal, encerre o contato imediatamente. Verifique sempre a autenticidade da empresa ou recrutador antes de fornecer informações pessoais.

Oportunidades apenas presencialmente: recrutadores não exigem comparecimento presencial para mais detalhes sobre as vagas. Normalmente, quando há esse tipo de exigência, trata-se de alguma empresa oferecendo cursos pagos com a promessa de uma vaga de emprego.

Fonte: Thiago Magnani, Head de Segurança na Vagas.com

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