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‘ChoquePRC’: sem divisão nacional, Paraná faz campanha para torcida lotar partidas na 2ª divisão do estadual

O Paraná tem apenas dez partidas garantidas à serem disputadas em 2024. Sem divisão nacional desde 2023, o clube só irá participar da segunda divisão do campeonato estadual. Ciente do momento complicado, a diretoria do tricolor está realizando a campanha “ChoquePRC”, com o objetivo de vender 100 mil ingressos nos cinco jogos que possui o mando de campo na competição. Até o momento, os torcedores já comercializaram mais de 68% da meta estabelecida.

Diante do atual cenário do Paraná, o diretor de criação da campanha — Thiago Gabardo — afirma que a mesma foi pensada com o intuito de reaproximar o torcedor do clube.

— Nada é mais chocante que a realidade. Essa frase vale pra vida, mas também vale pro nosso clube. A situação é realmente emergencial. A reaproximação de todos pode definir o destino paranista —comentou Thiago Gabardo

O tradicional clube da capital paranaense, entrou em acordo com os rivais da cidade, Athletico-PR e Coritiba, para disputar uma partida em seus estádios. A estreia na competição acontece na Ligga Arena, antiga Arena da Baixada, contra o Nacional. O segundo jogo será disputado no Couto Pereira, contra o Apucarana. Já os outros três confrontos que tem o mando do campo, na Vila Capanema — casa do Paraná.

O líder de planejamento da campanha — João Carvalho — explica que a escolha por mandar dois dos cinco jogos nas casas dos maiores rivais, se deu pela necessidade de uma maior estrutura diante da expectativa por grandes públicos. A Vila Capanema tem capacidade para receber pouco mais de 17 mil torcedores.

— Neste momento, onde esperamos uma alta demanda de público, estádios maiores proporcionarão maior conforto à torcida. Por isso, optamos por firmar parcerias com Coritiba e Athletico para utilização dos seus estádios nas duas primeiras rodadas. Temos históricos incríveis nestas praças. E dessa vez não será diferente — citou o líder do planejamento do movimento.

Nas últimas vezes que mandou um jogo na casa de seus dois maiores rivais, a torcida paranista lotou o estádio. Em 2017, o tricolor recebeu 39,4 mil pessoas — sendo o terceiro maior público da Ligga Arena — na vitória de 1 a 0 sobre o Internacional. No mesmo ano, mais de 37,7 mil torcedores compareceram ao Couto Pereira na última partida do clube na Série B do Brasileiro, no empate contra o Boa Esporte. O Paraná garantiu o acesso à primeira divisão, naquela oportunidade.

As vendas de ingresso começaram na manhã da última terça-feira. Elas estão sendo realizadas nas bilheterias da Vila Capanema, das 10h às 19h, e também pelo site do clube: ingressos.paranaclube.com.br. Para estimular os torcedores, a diretoria promoveu pacotes com desconto. Quem comprar para as cinco partidas, cada um sai por R$15 à menos, três jogos R$10, e os dois primeiros R$5.

CONFIRA OS JOGOS DO PARANÁ CLUBE COMO MANDANTE

Paraná x Nacional – 4 de maio, sábado, às 16h, na Ligga Arena (Arena da Baixada)

Paraná x Apucarana – 11 de maio, sábado, às 18:30, no Couto Pereira

Paraná x Laranja Mecânica – 25 de maio, sábado, às 18:30, na Vila Capanema

Paraná x Patriotas – 15 de junho, sábado, às 18:30, na Vila Capanema

Paraná x Grêmio Maringá – 23 de junho, domingo, às 11h, na Vila Capanema

Além de uma demonstração de amor ao clube, a campanha da venda de ingressos para as partidas da segundona do estadual marca o retorno da torcida do Paraná — em confrontos dentro de casa. A última vez que marcaram presença em uma partida do tricolor foi em agosto de 2022, contra o Pouso Alegre, pela quarta divisão do Brasileiro.

Após invasão de campo no rebaixamento do Paraná, no estadual de 2022, a torcida do tricolor cumpriu punição como mandante em toda a Divisão de Acesso. Durante este período, a única partida do clube que marcaram presença foi contra o Andraus na Vila Capanema, mas com o adversário com o mando de campo. O público foi de mais de 6,1 mil, em sua grande maioria paranistas.

PARTICIPANTES DA SÉRIE A COM 20 CLUBES QUE ESTÃO SEM DIVISÃO

Desde que o Campeonato Brasileiro de pontos corridos passou a ser disputado por 20 equipes, em 2006, cinco clubes que estiveram na Série A estão — atualmente sem divisão nacional: Paraná, Portuguesa (SP), São Caetano (SP), Grêmio Barueri (SP) e Santa Cruz (PE). Esta é a realidade de muitas equipes no Brasil. No entanto, a velocidade e tamanho da decaída desses chama atenção.

PORTUGUESA

A Portuguesa, tradicional time da capital paulista, passou por uma situação inusitada em seu caminho para ficar sem divisão nacional. Em 2013, a lusa foi rebaixada para a Série B após perder pontos por uma escalação irregular, o tanto quanto duvidosa. Héverton estava suspenso para a última rodada do Brasileiro, que já não valia nada para o clube, e entrou na parte final do segundo tempo.

Desde então, a Portuguesa teve uma decaída meteórica. Foi rebaixado algumas vezes para a segundona do estadual e, em 2022, ficou sem divisão nacional. Ainda que sem partidas de Brasileiro para disputar, a lusa conseguiu retornar para a elite do futebol paulista e está garantido para a edição do ano que vem.

SÃO CAETANO

Time de sucesso no começo dos anos 2000, tendo chegado até à uma final de Libertadores — em 2002 — a última vez que o São Caetano disputou a Série A do Brasileiro foi há 19 anos atrás. Após se manter na segunda divisão por seis temporadas, o clube do ABC paulista entrou em uma espiral de rebaixamentos.

Entre idas e vindas na Série D, o azulão não está com divisão nacional desde 2021. No cenário estadual, a situação também é catastrófica. Com uma fraca campanha, o São Caetano acabou rebaixado para a Série A4 do Campeonato Paulista.

SANTA CRUZ

O Santa Cruz, clube tradicional do futebol pernambucano, já disputou a Série A do Brasileiro 24 vezes. No último, dos cinco rebaixamentos para a segunda divisão de sua história, em 2016, o tricolor nunca mais foi o mesmo. No ano seguinte caiu de novo, e após três anos teve que disputar a Série D. Este será o primeiro ano que o cobra coral não irá disputar a competição.

Apesar de estar sem divisão nacional, o Santa Cruz ainda consegue se manter na elite do futebol pernambucano. Na última edição do estadual, o tricolor chegou até a semifinal e acabou derrotado para o Sport — nos pênaltis.

GRÊMIO BARUERI

O Grêmio Barueri surpreendeu à todos com a campanha do Brasileiro de 2009, terminando a competição na 11ª posição da tabela. No ano seguinte, após uma reunião entre a diretoria do Barueri e a prefeitura do município de Presidente Prudente, foi definido o novo nome para o time: Grêmio Prudente. Desde essa mudança foi só ladeira à baixo para o clube, sendo rebaixado para a Série B do Brasileiro em 2010, para a Série C em 2012 e para a D em 2013.

Após dois anos da Série D, o Grêmio Barueri ficou sem divisão nacional. Em 2019, o clube foi comprado pelo empresário Henrique Barbosa e retomou suas atividades com as categorias de base e como time de várzea.

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