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Rio Grande do Sul registra 130 prisões por crimes relacionados às cheias

Rio Grande do Sul registra 130 prisões por crimes relacionados às cheias
Foto: BM/Divulgação

Rio Grande do Sul registra 130 prisões por crimes relacionados às cheias As cheias que afetaram 2,3 milhões de gaúchos despertaram a solidariedade de muitos brasileiros, mas também deixaram à mostra o cenário de insegurança comum em boa parte do país. Desde o início da tragédia, que deixou 155 mortos, as polícias do Rio Grande do Sul prenderam 130 pessoas por crimes em meio ao contexto das enchentes.

Do total de presos, 48 foram por crimes patrimoniais, como roubos e furtos de pessoas afetadas pelos temporais, afirma a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Outras 49 pessoas foram detidas em abrigos. Não há o detalhamento das demais prisões.

As enchentes no Rio Grande do Sul afetaram 2,3 milhões de pessoas e revelaram tanto a solidariedade dos brasileiros quanto a insegurança presente em muitas regiões do país. Desde o início das cheias, que resultaram na morte de 155 pessoas, a polícia prendeu 130 indivíduos por crimes cometidos durante o desastre.

Crimes Patrimoniais e Roubo em Abrigos

Dos presos, 48 foram detidos por crimes patrimoniais, como roubos e furtos de pessoas afetadas pelos temporais, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Outros 49 foram presos em abrigos. No Vale do Taquari, uma das áreas mais atingidas, a empresária Marinez Silva Hauenstein relatou o roubo de sua loja em Arroio do Meio em um vídeo que se tornou viral nas redes sociais.

“Olha só o que eles fizeram com a nossa loja de Arroio do Meio. Roubaram, entraram nela. Roubaram tudo. Porque, quando se encontra uma porta chaveada – e ela está chaveada –, não é saque, é roubo”, afirmou Marinez no vídeo.

Impacto Econômico e Emocional

Marinez e seu marido possuem cinco lojas na região. Quatro delas foram destruídas pela água, e uma, que seria o recomeço da família, foi completamente saqueada. Eles estimam que perderam 20 mil itens, totalizando um prejuízo de R$ 2 milhões. O impacto emocional e econômico foi devastador, levando a empresária a dispensar funcionários e dar férias para outros.

Ação Policial e Reforço de Segurança

O comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Claudio dos Santos Feoli, destacou que os saques representaram o pior momento na área de segurança pública. Em Eldorado do Sul, a polícia teve dificuldade de acesso devido às enchentes, mas prendeu oito pessoas e recuperou eletrodomésticos e tratores furtados.

A BM, com um efetivo de 17,8 mil policiais, suspendeu férias e reduziu intervalos de escala para reforçar a segurança. Com apoio de 700 soldados de outros estados, a polícia gaúcha consegue mobilizar até 7 mil policiais por dia. Além disso, 70 barcos estão patrulhando as áreas alagadas.

Criminalidade em Abrigos e Tráfico de Drogas

A polícia também reforçou a segurança em abrigos que atendem 77 mil pessoas, após registros de crimes, inclusive sexuais. No entanto, a atuação do crime organizado continuou. Na Zona Sul de Porto Alegre, pai e filho foram presos por tráfico de drogas e desvio de alimentos destinados a desabrigados. Em Santa Catarina, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu drogas em um caminhão que transportava doações para o Rio Grande do Sul.

Convivendo com a Criminalidade

Em Canoas, onde 70 mil imóveis ficaram submersos, moradores convivem com o medo da criminalidade. Relatos de tiroteios frequentes levaram os residentes a contratar segurança privada.

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