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Dick Cheney, ex-vice-presidente dos EUA, morre aos 84 anos em residência familiar

Dick Cheney - Northfoto Shutterstock.com
Dick Cheney - Northfoto Shutterstock.com

Dick Cheney, ex-vice-presidente dos Estados Unidos durante os dois mandatos de George W. Bush, morreu aos 84 anos nesta terça-feira, 4 de novembro de 2025. A causa da morte foram complicações de pneumonia associadas a doenças cardíacas e vasculares. Ele faleceu em sua residência, acompanhado pela esposa Lynne, pelas filhas Liz e Mary e por outros familiares.

A família divulgou uma nota destacando o legado de Cheney como patriota e defensor de valores como coragem e honra. Cheney serviu como 46º vice-presidente de 2001 a 2009 e influenciou políticas de segurança nacional após os atentados de 11 de setembro.

Ele sofreu problemas cardíacos ao longo da vida adulta, incluindo múltiplos infartos e um transplante de coração em 2012.

Trajetória política inicial

Cheney nasceu em 30 de janeiro de 1941, em Lincoln, no Nebraska, e cresceu em Casper, no Wyoming. Ele conheceu a futura esposa Lynne no ensino médio e casou-se com ela em 1964.

Estudou ciência política na Universidade de Wyoming, obtendo bacharelado e mestrado. Iniciou a carreira em Washington como assessor durante o governo de Richard Nixon.

Cheney atuou como chefe de gabinete da Casa Branca sob Gerald Ford em 1975. Ele sucedeu Donald Rumsfeld no cargo após a nomeação deste para secretário de Defesa.

Papel na administração Bush

George W. Bush selecionou Cheney para liderar a busca por um vice-presidente em 2000. O processo resultou na escolha do próprio Cheney para a chapa republicana.

Ele exerceu influência significativa em decisões de política externa e de defesa. Cheney defendeu doutrinas de guerra preventiva e mudança de regime no Oriente Médio.

  • Dirigiu resposta imediata aos atentados de 11 de setembro de 2001.
  • Autorizou abate de aviões sequestrados em caso de ameaça ao Capitólio ou à Casa Branca.
  • Participou de reuniões no bunker da Casa Branca durante a crise.

Políticas antiterrorismo

Cheney promoveu a invasão do Afeganistão para derrubar o Talibã em 2001. Ele apoiou a expansão das operações para o Iraque em 2003.

Relatórios posteriores revelaram exageros em inteligência sobre armas de destruição em massa no Iraque. Cheney manteve que as decisões baseavam-se em dados disponíveis na época.

Métodos de interrogatório intensificado receberam apoio dele. Ele defendeu a detenção indefinida de suspeitos em Guantánamo.

Problemas de saúde ao longo da carreira

O primeiro infarto ocorreu em 1978, aos 37 anos, durante campanha para a Câmara dos Representantes. Outros infartos aconteceram em 1984, 1988 e 2000.

Cheney recebeu um marca-passo em 2001 e um dispositivo de assistência ventricular em 2010. O transplante cardíaco em 2012 prolongou sua vida por mais de uma década.

Ele completou os dois mandatos como vice-presidente apesar das condições de saúde. Cheney compareceu à posse de Barack Obama em cadeira de rodas em 2009.

Críticas a Trump e legado final

Cheney criticou Donald Trump publicamente a partir de 2020. Ele chamou Trump de ameaça à república após os eventos de 6 de janeiro de 2021.

Apoio a sua filha Liz Cheney custou a ela a liderança republicana na Câmara. Dick Cheney votou em Kamala Harris nas eleições de 2024.

Ele expressou decepção com a resposta de líderes republicanos ao ataque ao Capitólio. Cheney visitou o Congresso no aniversário de um ano do incidente ao lado da família.

Atuação no Congresso e setor privado

Eleito para a Câmara em 1978 pelo Wyoming, serviu seis mandatos. Cheney ocupou o cargo de whip da minoria republicana.

Como secretário de Defesa sob George H. W. Bush, dirigiu a invasão do Panamá em 1989 e a Operação Tempestade no Deserto em 1991. Após o governo, liderou a Halliburton como CEO de 1995 a 2000.

Cheney deixa a esposa Lynne, as filhas Liz e Mary, e sete netos. A família agradeceu o apoio e destacou contribuições dele ao país ao longo de décadas.

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