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Com a taxa Selic em queda, veja a melhor forma de investir o seu dinheiro

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Com a taxa Selic em queda, veja a melhor forma de investir o seu dinheiro. A taxa Selic caiu pela 16ª vez e os juros básicos da economia estão agora em 4,5% ao ano.

A queda é boa para o desenvolvimento da economia real, pois abre oportunidades para o desenvolvimento do mercado de capitais do país, ao tornar bem menos atrativo o investimento em renda fixa — poupança, CDB, LCI, títulos do Tesouro Selic, que podem perder até da inflação. Mas isso significa que o investidor terá que buscar outras opções de investimento.

“A Selic baixa é positiva para as empresas porque anteriormente, com a Selic elevada, era muito caro para elas tomarem dívida para fazerem projetos de desenvolvimentos. Com a Selic baixa se torna mais viável. Vamos ter mais empresas se desenvolvendo e crescendo, e isso incentiva o mercado de ações e também o crédito privado, que é uma renda fixa diferente dessa a qual estamos acostumados. Vai dar para continuar investindo na renda fixa, mas será uma renda fixa com um pouco mais de risco. Vamos ter de acostumar com essa novidade: para ter mais rentabilidade, precisaremos tomar mais risco”, afirma Gabriela Mosmann, analista da Suno Research.

Para ela, as altas rentabilidades obtidas de forma completamente segura que vimos no passado, com títulos de renda fixa, títulos públicos, pagando quase 15% ao ano, isso não vai mais existir. Essas taxas não são típicas de economias estabilizadas, mas de países com inflação alta.

Segundo a analista, quando a Selic caiu a 5% ao ano, na última reunião, a previsão já era de que a renda fixa renderia menos do que a inflação. “Isso não é uma completa novidade, pois já tivemos perdas reais mesmo com a Selic mais alta. Quando a poupança rendia 6% ao ano e a inflação foi de 10%, em 2015, por exemplo, a perda real para o investidor foi de cerca de 4%, mas isso agora está ficando mais “na cara”. Perda real é o resultado negativo da conta que compara rentabilidade e inflação.

Para saber onde investir com a queda da taxa de juros para o menor nível histórico veja a recomendação dos especialistas Gabriela Mosmann e Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro.

Poupança

Quando a taxa Selic está abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança cai de 0,5% ao ano + TR (Taxa Referencial) para 70% da Selic mais TR. Com a queda da taxa de juros, a poupança corre o risco de perder para a inflação. Mas para Gabriela Mosmann a poupança não é de todo ruim, pois é melhor que a pessoa aplique na poupança do que não guarde dinheiro nenhum.

“Porém estamos chegando num nível de estabilidade da economia que se o investidor não tomar nenhum risco ele não vai ganhar nada e ainda pode perder dinheiro.”

Títulos do Tesouro

São os investimentos mais seguros porque têm a garantia do Tesouro, ou seja, do governo, e o governo é o último a quebrar.

O Tesouro Selic paga 100% do rendimento da Selic. Quanto menor for a Selic, menor o rendimento desse título. Esse título tem bastante liquidez, ou seja, permite que o investidor transforme a aplicação em dinheiro de forma rápida. É indicado para guardar o dinheiro da reserva de emergência, que não deve visar boa remuneração, mas justamente liquidez.

Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado – são mais indicados para investimentos de médio a longo prazo, para quem está mirando no horizonte de investimento de cinco a dez anos, pois contêm um pouco mais de risco. Esses títulos pagam o que o investidor contratou quando comprou, mas apenas se o investidor esperar a data do vencimento do título. Se decidir retirar o dinheiro no meio do caminho, poderá ganhar mais ou perder dinheiro, dependendo de como está a taxa de juros naquele momento. Isso é a chamada marcação a mercado.

Gabriela diz que, “pessoalmente não gosta tanto do prefixado, prefere o título indexado à inflação, que garante a proteção da inflação mais uma remuneração previamente combinada”.
“Prefiro os vencimentos mais próximos e os títulos sem cupom.”

CDBs e LCIs

Esses investimentos de renda fixa perdem a relevância com a taxa de juros em queda. “Um CDB que rende 100% ou 120% da Selic não tem muita diferença com essa taxa de juros baixa”, diz Gabriela.

Esses títulos têm a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), espécie de seguro de investimentos que cobre até R$ 250 mil.

Fundos imobiliários

Com a queda da taxa de juros, a procura por fundos imobiliários aumentou. Esse é um investimento em renda variável. Os fundos são condomínios de investidores em imóveis cujo patrimônio pode ser composto por imóveis comerciais, residenciais, rurais ou urbanos, construídos ou em construção, que serão vendidos, alugados ou arrendados. O retorno do fundo tende a ser maior quanto menores forem juros e inflação, que é o cenário atual. “Uma carteira de fundo imobiliário bem comprada vai dar 0,6% a 0,7% líquido ao mês para o investidor, ante um rendimento de 0,3% a 0,5% ao mês de um aluguel”, diz  Mauro Calil.

“Mas a grande vantagem dos fundos imobiliários não é essa. A grande vantagem é a mobilidade. Se o inquilino sai de um imóvel ele vai ficar desalugado, o proprietário vai pagar condomínio, IPTU, arcar com manutenção, com tudo. Em um fundo isso não acontece.”

Fundos multimercados

Mauro Calil chama esses fundos de “vira-lata dos fundos”, porque eles não se encaixam em nada. Podem investir em juros, moedas, ações, podem fazer operações alavancadas, trabalhar com renda fixa. O importante para escolher é ver a rentabilidade histórica, se o gestor entrega bons resultados continuamente e principalmente se o gestor continua lá. “Às vezes muda a cabeça da gestão e você não fica sabendo”, diz.

Ações

A queda da taxa de juros deve ser favorecer os investimentos nas ações negociadas na Bolsa de valores. Quem quiser começar a investir em ações para buscar uma rentabilidade maior deve começar aos poucos, aconselha Gabriela.

Se vc comprar uma ação de um único banco vai estar tomando o risco da instituição, mas em vez de ser o credor, como no caso de investir em CDB, você vai ser sócio. Em vez de juros você vai ganhar dividendos e a valorização da ação. Para começar a entender esse investimento, ela aconselha a investir em fundos do que comprar papéis isolados. “Desse modo, você vai estar delegando a escolha das ações a gestores qualificados”, diz.

Dólar

O dólar não é recomendado por nenhum dos especialistas como investimento. Eles aconselham a compra da moeda apenas para quem for ter alguma despesa em dólar, como viagem de férias, estudo, compras no exterior. Nesse caso, Calil aconselha a ir comprando a moeda aos poucos, quando o dólar cai. “Sempre tem uma semana no mês que o dólar cai. Então aproveita, pega o dinheiro, e já compra a cota daquele mês”, diz. Para quem quer ter algum investimento atrelado ao dólar, é mais recomendado investir em fundos cambiais ou fundos que aplicam em moeda estrangeira.

Fonte: R7

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