Empresas de bilionário do agronegócio de Iowa recebem ajuda governamental dos EUA
Por P.J. Huffstutter e Tom Polansek
CHICAGO (Reuters) – Empresas agrícolas sediadas no Estado norte-americano de Iowa que pertencem ou contam com participação do bilionário Harry Stine receberam aprovação para pelo menos seis empréstimos, que totalizam de 2,55 milhões a 6,35 milhões de dólares, na primeira rodada do programa do governo norte-americano para auxílio a pequenas empresas em meio à pandemia, indicaram dados governamentais.
A Stine Seed, uma das maiores companhias independentes de sementes dos Estados Unidos, produz e vende milho e soja para agricultores do Meio-Oeste norte-americano. Até o momento, a pandemia do coronavírus não causou grandes problemas às companhias de commodities agrícolas, segundo grupos comerciais e analistas da indústria.
“Eu, genuinamente, não sei quais desafios eles podem ter enfrentado”, disse o analista Jonas Oxgaard, da Bernstein, acrescentando que “até onde eu sei, operadores de milho e soja praticamente não foram impactados pelo coronavírus”.
Os empréstimos às empresas de Stine, que ainda não haviam sido noticiados, ressaltam preocupações sobre como o governo Donald Trump administrou os 660 bilhões de dólares do Programa de Proteção Salarial, e sobre como indíviduos ricos e empresas com boas conexões tiveram amplo acesso a ele.
Stine, presidente-executivo da Stine Seed Company, disse à Reuters que os empréstimos foram adequados, pois o dinheiro foi utilizado para manter funcionários empregados, entre eles os que se isolaram em casa por medo durante a pandemia.
Stine não soube informar quantos empregos foram mantidos em função do financiamento concedido pelo programa.
“Por causa desse empréstimo, nós pagamos cada um dos nossos funcionários”, disse ele.
A Stine Seed Company e a Stine Seed Farm tiveram empréstimos aprovados em 16 de abril, segundo os dados.
A Midwest Oilseeds, empresa de soja controlada pela Stine; a Eden Enterprise, empresa de milho controlada pela Stine; a M.S. Technologies, na qual a Stine possui participação financeira; e a Cheesman Seed Company, uma subsidiária da Stine, também tiveram empréstimos aprovados pelo programa em abril.
Stine disse não saber exatamente quanto dinheiro sua empresa e as afiliadas receberam, acrescentando que foi encorajado por bancos a solicitar os empréstimos.
Ele afirmou ainda que uma desaceleração nos embarques por causa da pandemia causou dores de cabeça para a Stine Seeds, que possui operações na Argentina, Chile e Uruguai.