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Entenda como se proteger de quase 350 mil golpes com falsas vagas de emprego que circulam na internet

Entenda como se proteger de quase 350 mil golpes com falsas vagas de emprego que circulam na internet Com o aumento do desemprego durante a pandemia de Covid-19 e a necessidade de isolamento social, muitos trabalhadores estão procurando vagas de trabalho e participando de processos seletivos pela internet. Mas a popularização das inscrições on-line para oportunidades tem sido alvo de criminosos que disseminaram falsos anúncios com chances primeiro emprego e de recolocação profissional. Somente nos cinco primeiros meses do ano, foram detectadas 346.196 tentativas de golpe que simulavam a oferta de vagas em sites, segundo um levantamento feito pelo laboratório de cibersegurança da PSafe, a pedido do EXTRA.

Para Emilio Simoni, diretor do laboratório, fraudadores também passaram a atuar mais nesse segmento, criando vagas falsas e atraindo candidatos com o objetivo de conseguir dados, como CPF e dados bancários, por meio de cobrança de taxas para seleções de vagas que não existem efetivamente.

— O golpe de falsas vagas de emprego é um dos mais comuns. Normalmente, é usado para roubo de informações pessoais (como CPF, nome completo, endereço e dados bancários) e roubo de credenciais de acesso a contas nas redes sociais (logins e senhas) — explica Simoni.

A preocupação de especialistas em segurança digital e de Recursos Humanos (RH) é a de que, com o recrudescimento da pandemia e a disparada das filas de desemprego, os trabalhadores mais vulneráveis estejam expostos a serem vítimas de fraude. Uma pesquisa realizada pela OLX — plataformas de compra e venda de produtos — identificou que 23% das pessoas estariam dispostas até a pagar para se candidatar a uma oportunidade de emprego, mesmo que essa não seja uma prática comum de seleções idôneas.

Ainda segundo a pesquisa feita com sete mil trabalhadores, 14% dos entrevistados aceitariam fornecer seus dados bancários e o número do CPF durante uma seleção virtual de emprego, mesmo antes da efetivação para a vaga. Entre os entrevistados, 75% disseram estar desempregados.

— Em um cenário de alta do desemprego e menor oferta de vagas, as pessoas ficam mais vulneráveis e acabam caindo em golpes — explica Beatriz Soares, diretora de Produto e Operações da OLX.

Desconfiança

De acordo com Beatriz, ao pesquisar vagas de emprego, o candidato que desconfiar do anúncio deve pedir mais informações para o anunciante.

Ainda que boa parte dos candidatos esteja disposta a desembolsar dinheiro para participar dos processos seletivos, especialistas dizem que este é um dos principais indícios de fraudes, já que empresas idôneas não se valem desta prática para selecionar os candidatos às vagas que oferecem. Outra medida a ser evitada é o compartilhamento de dados bancários do interessado, o que ocorre depois da efetiva contratação para o pagamento de salário ao funcionário.

O número de trabalhadores desempregados chegou a 14,8 milhões de trabalhadores, segundo o IBGE. A taxa média de desemprego no país foi de 14,7% no primeiro trimestre do ano, a maior da série histórica

— Recebi um anúncio de vaga pelo WhatsApp, no grupo de família. Eles faziam a promessa de R$ 1.153 para uma vaga administrativa, sem exigência de experiência prévia. Logo, desconfiei do site, mas fiz o cadastro. Em poucos minutos, recebi a ligação de uma pessoa dizendo que eu fui aprovada, mas que, para ser contratada, eu tinha que conseguir outras cinco pessoas para fazer a inscrição no site. Ali, percebi que era fraude, e que eles poderiam estar querendo acesso a dados pessoais para aplicar golpes. A gente está querendo trabalhar e acaba caindo — conta a estudante Beatriz Vasconcelos, de 23 anos.

Operações são semelhantes

Em muitos casos, os falsos anúncios de vagas de emprego circulam pelas redes sociais e se espalham com os compartilhamentos em grupos de mensagens. Além disso, boa parte das fraudes tem características operacionais semelhantes para atrair as vítimas.

Elas oferecem salários e condições de trabalho atraentes e ofertas válidas até um determinado dia do mês, em geral sem menção à localização da cidade. Em muitos casos, para atrair as vítimas, os golpistas prometem que a carteira de trabalho será assinada na hora.

Anúncios em redes sociais ou sites ressaltam que basta responder ao anúncio com um “ok” ou “sim” para garantir a vaga. Em alguns casos, após a resposta, o criminoso inicia uma conversa com a vítima e pede que usuário siga suas instruções e procedimentos para efetivar sua inscrição, como clicar em links e fazer cadastro com seus dados pessoais de acesso à rede social.

— Por isso, é preciso desconfiar quando alguém entra em contato por canais informais, como redes sociais ou WhatsApp, para convidá-lo a participar de um processo seletivo — explica Emilio Simoni, especialista da Psafe.

Vagas reais

Segundo Pâmela Nascimento, coordenadora de Recrutamento & Seleção do ManpowerGroup, durante as seleções para vagas reais em empresas idôneas, as informações que geralmente são requisitadas por recrutadores são dirigidas às competências técnicas dos candidatos, assim como a descrição de suas experiências profissionais:

— As empresas com processos reais pedem currículo do candidato. Neste documento, o candidato precisa colocar nome, não precisa informar o endereço completo. O interessado deve ressaltar sua formação acadêmica, suas experiências profissionais e suas competências. Em algumas ofertas de vagas, o site de recrutamento pode pedir que se insira na plataforma os números de CPF e RG e data de nascimento, como medida para identificar os concorrentes, porque alguns têm o mesmo nome e sobrenome. Mas dados bancários e valores nunca — ressalta ela.

Assessoramento para a vaga

Uma das formas de checar se as ofertas de vagas existem realmente é buscar os sites oficiais das empresas e verificar se há oportunidades de trabalho disponíveis. Em vários anúncios falsos, os golpistas usam os nomes de empresas conhecidas para atrair as vítimas e dar credibilidade aos falsos anúncios.

— Busque pela empresa ou até pela oportunidade na internet. Veja se a empresa tem um site com informações sobre ela. Se realmente ela existir, e tiver algum meio de contato no site, ligue e certifique-se da existência da vaga. As pessoas também podem confirmar se a pessoa que se diz ser da área de recrutamento e seleção realmente existe. Basta buscar por ela em uma rede social profissional — recomenda Érika Castro, especialista em Aquisição de Talentos na do site Vagas.com.

Pâmela Nascimento,coordenadora de Recrutamento & Seleção do ManpowerGroup, ressalta que outra fraude comum é divulgar um anúncio falso e cobrar por uma suposta assessoria para garantir a vaga:

— Em alguns casos, a pessoa tenta vender um suposto assessoramento de carreira e coloca seu serviço como se fosse uma suposta garantia de emprego, se o interessado se dispuser a pagar um determinado valor em dinheiro, o que também é uma fraude — alerta Pâmela.

Fonte Extra

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