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Ocidente mantém cautela sobre explosão em gasodutos, Alemanha confirma operação em embarcação suspeita

Por Sabine Siebold e Riham Alkousaa

ESTOCOLMO/BERLIM (Reuters) – Aliados ocidentais alertaram nesta quarta-feira contra conclusões prematuras sobre quem foi o responsável pelas explosões nos gasodutos Nord Stream, e a Alemanha sugeriu que o ataque também pode ter sido uma operação de “bandeira falsa” para culpar a Ucrânia.

Uma reportagem do New York Times, citando informações de inteligência revisadas por autoridades dos EUA, disse na terça-feira que um grupo pró-ucraniano pode estar por trás das explosões que se tornaram um ponto de conflito entre o Ocidente e a Rússia após a invasão russa da Ucrânia no ano passado.

A reportagem, embora não aponte para qualquer envolvimento oficial ucraniano, chega em um momento em que Kiev está pedindo a seus aliados ocidentais para aumentar o fornecimento de armas de ponta para repelir as forças russas quando a guerra entra em seu segundo ano.

“Existem investigações nacionais em andamento e acho que é certo esperar até que sejam finalizadas antes de dizer mais alguma coisa sobre quem está por trás disso”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

Investigações estão em andamento sobre o que causou a ruptura dos gasodutos Nord Stream, que fornecem energia russa à Europa, em setembro passado. Os países ocidentais acreditam que as explosões foram deliberadas, mas não concluíram quem estava por trás delas.

A Rússia, que anteriormente culpou o Ocidente, aproveitou a notícia na quarta-feira para pedir uma investigação transparente da qual também deseja participar.

Uma reportagem separada da emissora alemã ARD e do jornal Zeit na terça-feira informou que a operação para colocar explosivos no fundo do mar foi realizada por seis pessoas, cinco homens e uma mulher, que usaram passaportes falsos.

Eles transportaram explosivos em um iate alugado de uma empresa alemã de fretamento por uma empresa sediada na Polônia de propriedade de cidadãos ucranianos, de acordo com a reportagem e os promotores.

“Temos que fazer uma distinção clara se foi um grupo ucraniano, se pode ter acontecido por ordem ucraniana, ou um grupo pró-ucraniano (agindo) sem o conhecimento do governo”, disse o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, nesta quarta-feira.

“Mas estou alertando contra tirar conclusões precipitadas”, afirmou Pistorius à margem de uma cúpula em Estocolmo.

Pistorius disse anteriormente que a probabilidade era “igualmente alta” de que poderia ter sido uma “operação de bandeira falsa encenada para culpar a Ucrânia”.

Enquanto isso, a Alemanha confirmou que seus investigadores fizeram uma batida em uma embarcação em janeiro que pode ter sido usada para transportar os explosivos usados para explodir os gasodutos.

Mas uma nota do procurador federal disse que ainda não havia informações confiáveis sobre os motivos ou perpetradores, inclusive se o ataque foi patrocinado por um Estado.

“Não há suspeita contra funcionários da empresa alemã que alugou a embarcação”, acrescentou.

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