Brasil

Ibovespa avança com apoio externo e expectativa de regra fiscal

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, com o viés positivo de praças acionárias no exterior apoiando a recuperação após cinco semanas seguidas de baixa no pregão paulista, enquanto agentes financeiros aguardam novidades sobre nova regra fiscal do país.

Às 11:20, o Ibovespa subia 0,91%, a 99.726,06 pontos. O volume financeiro somava 3,9 bilhões de reais.

Tal performance ocorre após o Ibovespa acumular cinco semanas de queda, período em que caiu cerca de 9,5%.

Na visão da XP Investimentos, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva -que adiou viagem à China por motivos de saúde- e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Brasil, aumentam as chances de o novo arcabouço fiscal ser anunciado nesta semana.

Sobre a pauta brasileira, a equipe da plataforma de investimentos também afirmou que a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, prevista para terça-feira, é bastante aguardada.

Na semana passada, o Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano e esfriou expectativas de um corte em breve, o que motivou uma forte correção no mercado local, contaminando o Ibovespa.

Para estrategistas do JPMorgan, há pouca possibilidade de o mercado brasileiro de ações engatar uma tendência de alta na ausência de juros mais baixos, ou sem ao menos uma expectativa de que exista caminho para isso.

No exterior, as atenções devem ficar voltadas para discursos de autoridades do Federal Reserve, com agentes financeiros buscando sinais sobre os próximos passos da política monetária, mas também a dados econômicos e a situação no setor bancário.

Em Wall Street, nesta segunda-feira, o S&P 500 subia 0,5%, após acordo de compra dos depósitos e empréstimos do falido Silicon Valley Bank.

DESTAQUES

– VIA ON mostrava alta de 3,21%, a 1,93 reais, e MAGAZINE LUIZA ON subia 1,93%, a 3,36 reais, endossadas pelo relativo alívio na curva de juros, que também ajudava outras ações de varejo. PETZ ON valorizava-se 2,89%, após desabar 11,7% na semana passada.

– RAÍZEN PN avançava 3,32%, a 2,49 reais, no segundo pregão de recuperação, após atingir mínimas históricas na última quinta-feira. O JPMorgan reiterou recomendação “overweight” para os papéis, citando valuation, mas cortou previsão para o Ebitda e citou falta de gatilhos no curto prazo.

– BRASKEM PNA subia 3,3%, a 18,45 reais, conforme persistem expectativas atreladas ao controle da petroquímica. Mais cedo, a Petrobras informou que não houve mudanças em seu plano de venda de sua participação na Braskem. Os papéis também atingiram na semana passada mínimas desde abril de 2020.

– COGNA ON caía 3,24%, a 1,79 reais, ampliando a perda da semana passada e renovando mínimas desde 2011, apesar de perspectivas positivas sinalizadas por executivos do grupo de educação. No setor, YDUQS ON perdia 3,18%, a 7 reais, após saltar mais de 10% na sexta-feira.

– BRF ON recuava 2,59%, a 6,02 reais, corrigindo parte da alta da última sexta-feira, quando disparou 11,35%. A companhia busca reabilitação de suas duas maiores fábricas pela China, afirmaram fontes à Reuters na semana passada.

– PETROBRAS PN registrava acréscimo de 1,23%, a 23,07 reais, em sessão de alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent subindo 2,01%.

– VALE ON tinha alta de 0,24%, a 78,86 reais. Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura se recuperaram nesta segunda-feira, mas os ganhos foram limitados pela decepção dos traders principalmente com a fraca demanda por produtos de aço para construção na China.

– ITAÚ UNIBANCO PN avançava 1,72%, a 23,62 reais, e BRADESCO PN valorizava-se 1,89%, a 12,95 reais, endossando a recuperação na bolsa paulista.

– CEMIG PN ganhava 1,79%, a 10,82 reais, após anunciar projeção de investimentos de 42,2 bilhões de reais para o período entre 2023 e 2027, maior plano de investimentos da sua história. A elétrica mineira também encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido de 1,4 bilhão de reais.

– DASA ON, que não está no Ibovespa, subia 7,5%, a 8,17 reais, após divulgar que engajou os bancos BTG Pactual, Bradesco BBI e Itaú BBA para uma potencial oferta primária de ações de 1,5 bilhão de reais a ser lançada depois da divulgação do balanço da companhia, esperada para o dia 28 deste mês.

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