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Agência da ONU se une aos EUA e suspende ajuda alimentar à Etiópia após desvios

Por Giulia Paravicini

NAIRÓBI (Reuters) – O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) informou nesta sexta-feira que está suspendendo a ajuda alimentar na Etiópia devido ao roubo generalizado de doações, um dia depois de os Estados Unidos anunciarem que estavam fazendo o mesmo.

Mais de 20 milhões de pessoas precisam de assistência alimentar no segundo país mais populoso do continente africano, em grande parte devido à pior seca do Chifre da África em décadas e um conflito de dois anos no norte da Etiópia, que deixou dezenas de milhares de mortos.

O PMA tem ajudado 7 milhões de pessoas afetadas por essas duas crises, enquanto os Estados Unidos são de longe o maior doador para a Etiópia, fornecendo 1,8 bilhão de dólares em assistência humanitária em 2022.

O PMA e a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) não deram detalhes sobre os desvios de ajuda que levaram às suas decisões.

Mas um briefing interno de um grupo de doadores estrangeiros, visto pela Reuters, diz que a USAID acredita que alimentos foram desviados para unidades militares etíopes como parte de um esquema orquestrado por entidades governamentais federais e regionais.

Porta-vozes do governo da Etiópia, das Forças Armadas e de relações exteriores não responderam aos pedidos de comentários da Reuters.

“Nossa primeira preocupação são os milhões de famintos que dependem de nosso apoio, e nossas equipes trabalharão incansavelmente com todos os parceiros para retomar nossas operações o mais rápido possível”, disse Cindy McCain, diretora executiva do PMA, em comunicado.

(Por Giulia Paravicini; reportagem adicional de Dawit Endeshaw em Adis Abeba)

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