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Financiamentos: Crédito imobiliário com juros fixos da Caixa

Dúvidas frequentes do INSS

Financiamentos: Crédito imobiliário com juros fixos da Caixa. O comprador de um imóvel de R$ 500 mil que optar pela nova modalidade de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal com taxa de juros prefixada pagará, ao fim de 30 anos, até R$ 57 mil a mais do que se tivesse optado pelo sistema com correção pela inflação (IPCA), ou R$ 35 mil a mais do que o modelo tradicional, que considera como indexador a Taxa Referencial (TR). Os cálculos são de Michael Viriato, professor de Finanças do Insper. Baixe o Aplicativo Gratuito do Portal Mix Vale

A Caixa anunciou nesta quinta-feira (dia 20) uma linha de crédito para financiar a casa própria com taxa fixa de 8% a 9,75% ao ano. A vantagem é que o tomador de crédito sabe que os juros não vão mudar até o fim do financiamento. Hoje, nas outras linhas disponíveis, as taxas variam conforme a TR ou a inflação. Mas a desvantagem da nova linha de crédito é que os juros são mais altos.

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Caso escolha o financiamento com taxa fixa, o valor da prestação será maior. Quando a opção for por parcelas baseadas na TR, os juros serão de 6,5%, ou pelo IPCA, de 2,95%. Nesses dois últimos casos, porém, os valores poderão ser alterados ao longo dos anos, conforme a variação desses indicadores.

A nova linha vale para imóveis residenciais novos ou usados, com financiamento de até 80% do valor total do bem e prazo de até 360 meses (30 anos) para pagar. As contratações estarão disponíveis a partir de sexta-feira. As taxas são menores para o comprador que optar por prazo menor de financiamento. Para clientes que já têm conta na Caixa, os juros variam de 8% a 9,5% ao ano. Para quem não é cliente da instituição, a taxa é de 9,75% ao ano.

Para Michael Viriato, professor de Finanças do Insper, embora os juros praticados nesta modalidade sejam mais altos do que os de outras opções disponíveis no próprio banco, o modelo oferece maior segurança ao tomador de crédito, já que não haverá surpresas futuras com a variação de indexadores nas prestações.

— A primeira questão é se esta prestação para financiamento do imóvel cabe no meu bolso. Se você vai tomar um crédito de 20, 30 anos, não saber o que vai pagar no futuro é ruim. Esse é um risco que se corre ao captar o empréstimo com indexador de IPCA. A inflação, em dezembro, subiu mais do que o esperado, embora não haja perspectiva de curto prazo para a aceleração de preços. Por outro lado, ao contratar a nova linha, o comprador já sai pagando mais caro, com taxas muito acima das que têm sido praticadas pelo mercado depois da queda da Selic — ponderou Viriato.

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Johnny Silva Mendes, professor de Economia da Faap, observa que, na linha de crédito com correção pela inflação, o índice de preços teria que quase dobrar para alcançar o percentual que a Caixa oferece com a linha prefixada. Na avaliação dele, o lançamento da nova modalidade foi um movimento para tentar estimular a concorrência entre os bancos.

O professor lembra ainda que um número expressivo de mutuários têm contratos mais antigos firmados quando as taxas de juros praticadas estavam mais elevadas. Para Mendes, a modalidade poderá ser considerada uma opção num processo de portabilidade (migração) de clientes de outras instituições financeiras:

— É muito mais uma sinalização ao mercado do que necessariamente uma oportunidade para quem está prestes a concretizar novos contratos — afirmou Mendes.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, acredita que financiamento imobiliário atrelado à inflação, que já corresponde a um terço do crédito imobiliário, oferece um potencial risco de operação ao consumidor. Por outro lado, com a taxa fixa, o risco é de quem financia o bem.

Ele lembrou que a fonte de financiamento da linha é o próprio caixa do banco, que liberou somente R$ 10 bilhões para essas operações, enquanto que o crédito disponível com recursos da poupança chega a R$ 100 bilhões, e via FGTS, a R$ 60 bilhões.

— É o início de uma entrada quase ilimitada de recursos para crédito imobiliário, o que é muito bom para o setor. Os outros bancos terão que correr atrás dessas condições de financiamento — afirmou Martins.

Claudio Hermolin, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ) e presidente da Brasil Brokers, acredita que a medida tem potencial para aumentar o número de operações de compra de imóveis por meio de financiamento imobiliário. Hoje, 65% dos compradores usam financiamentos imobiliários na aquisição da casa própria.

Hermolin avalia que a iniciativa tem potencial de estimular a oferta e a aquisição de crédito no setor, mas lembra que a retomada de um ciclo de crescimento sustentável do mercado imobiliário dependente da recuperação mais consistente de indicadores macroeconômicos, como emprego e renda.

— Todas as iniciativas de estímulo a crédito no mercado imobiliário são bem-vindas. O mercado é muito dependente de crédito por tratar-se de um produto de alto valor agregado. É uma retomada mais lenta para o consumidor final, que depende de segurança financeira para assumir uma dívida de longo prazo. Quando finalmente consegue um emprego, esta pessoa vai consumir o restaurante, voltar a comprar uma roupa, fazer uma viagem, mas vai precisar ficar dois anos empregado e se sentir seguro para fazer o investimento num imóvel — afirmou Hermolin.

Veja a simulação:

Valor: R$ 500 mil

Em 30 anos

Tabela SAC

Taxa prefixada (9,5%*)

Prestação inicial: R$ 5.184,44

Prestação final: R$ 1.399,43

Valor final: R$ 1.185.135,97

IPCA

Prestação inicial: R$ 4.869,18

Prestação final: R$ 1.398,56

Valor final: R$ 1.128.192,30

TR

Prestação inicial: R$ 4.992,55

Prestação final: R$ 1.398,90

Valor final: R$ 1.150.460,93



*Taxa praticada a cliente da iniciativa privada e com relacionamento do banco

FONTE: Michael Viriato, professor de Finanças do Insper

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