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Lula diz que não quer “agradar ninguém” com postura sobre Ucrânia

Por Catarina Demony e Miguel Pereira

LISBOA (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não quer “agradar ninguém” com suas opiniões sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, depois de provocar críticas no Ocidente por sugerir que Kiev foi em parte responsável pela guerra.

Falando em Lisboa neste sábado, no início de sua primeira visita à Europa desde que foi eleito presidente, Lula disse que seu objetivo é “construir uma maneira de trazer os dois (Rússia e Ucrânia) para a mesa”.

“Quero encontrar uma terceira alternativa (para resolver o conflito), que é a construção da paz”, disse ele em entrevista coletiva.

Na semana passada, ele disse que os Estados Unidos e os aliados europeus deveriam parar de fornecer armas à Ucrânia, dizendo que estavam prolongando a guerra.

“Se você não está fazendo a paz, está contribuindo para a guerra”, disse Lula.

A Casa Branca acusou Lula de “papagaiar” a propaganda russa e chinesa.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que acompanhou Lula na entrevista coletiva, disse que a posição entre os dois países sobre a guerra é diferente.

Portugal é membro fundador da Otan e já enviou equipamento militar para a Ucrânia. Rebelo de Sousa disse que a Ucrânia tem o direito de se defender e “recuperar” o seu território.

Lula chegou a Portugal na sexta-feira para uma visita de cinco dias enquanto se esforça para melhorar as relações internacionais após os quatro anos de mandato de Jair Bolsonaro, durante os quais as relações do Brasil com muitos países se desgastaram.

Bolsonaro não visitou Portugal, lar de cerca de 300.000 brasileiros, durante seu mandato.

“Queria dizer para vocês a minha alegria”, disse Lula em uma sala lotada de autoridades do governo e repórteres. “O Brasil passou praticamente seis anos, principalmente os últimos quatro, isolado do mundo.”

“O Brasil está de volta, para melhorar nossa relação.”

Lula assinou 13 acordos sobre tecnologia, transição energética, turismo, cultura e educação com o primeiro-ministro português Antonio Costa.

O Brasil disse que Portugal pode ser um importante aliado para ajudar o Mercosul a negociar um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE). “Faltam pequenos ajustes, mas vamos fazer”, disse Lula.

(Reportagem de Catarina Demony, Miguel Pereira e Rodrigo Antunes) ((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS NF

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