Brasil

Cid volta a ser preso após ordem de Moraes por obstrução de Justiça

Mauro Cid
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi detido novamente nesta sexta-feira, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorreu em decorrência de supostas violações às condições judiciais impostas anteriormente e por atos que configuram obstrução de Justiça, conforme indicado pela mais alta corte do país. Detalhes específicos sobre quais medidas cautelares foram infringidas não foram divulgados.

O estopim para a decisão de Moraes foi a divulgação, pela revista “Veja”, de áudios em que Cid relata pressão por parte da Polícia Federal durante seus depoimentos e critica o próprio ministro do STF. As gravações vieram a público na quinta-feira, levantando questionamentos sobre a conduta do militar e a integridade de seus testemunhos.

Antes de ser conduzido à prisão, Cid prestou esclarecimentos ao STF por aproximadamente 30 minutos, perante um juiz auxiliar de Alexandre de Moraes, acerca dos áudios vazados. Não foi revelado, contudo, com quem Cid conversava nas gravações. Após o depoimento, procedimentos padrão como o encaminhamento ao Instituto Médico Legal foram seguidos, além da execução de um mandado de busca e apreensão em sua residência, resultando na apreensão de um celular.

A Polícia Federal, mencionada nas gravações de Cid como tendo agido de maneira parcial, solicitou ao STF esclarecimentos por parte do ex-ajudante de ordens. A instituição se defendeu das acusações, considerando-as levianas e sem fundamento.

O advogado de Cid, Cezar Bittencourt, classificou os áudios como um desabafo de seu cliente, que atravessa um período de intensa pressão pessoal, familiar e profissional. Bittencourt ressalta que, apesar das expressões de frustração, Cid em momento algum questionou a integridade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do próprio STF.

Essa não é a primeira vez que Cid enfrenta a justiça. Sua detenção inicial ocorreu em maio de 2023, em meio a investigações sobre a falsificação de cartões de vacinação ligados a Bolsonaro e seu círculo próximo. Após firmar um acordo de colaboração premiada e contribuir com informações relevantes para diversas investigações, incluindo uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, Cid havia sido liberado sob condições estritas, as quais agora são acusadas de terem sido violadas.

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