Anatel confirma interrupção de mais de 30 streamings piratas no Brasil por ordem judicial argentina

A Agência Nacional de Telecomunicações confirmou a interrupção de mais de 30 plataformas de streaming pirata no Brasil neste sábado, 1º de novembro de 2025. A medida resulta de uma ordem judicial emitida na Argentina, onde os servidores desses serviços estavam hospedados. Milhares de usuários brasileiros, que acessavam conteúdos audiovisuais sem autorização, foram afetados diretamente pela desativação.

Essas plataformas operavam de forma irregular, distribuindo filmes, séries e canais de TV pagos sem licenças. A ação ocorreu em Buenos Aires e envolveu entidades internacionais dedicadas ao combate à pirataria. A Anatel não participou do processo, mas monitora os efeitos no território nacional.

• My Family Cinema: Aplicativo popular para acesso a catálogos extensos de vídeo sob demanda.
• Eppi Cinema: Serviço similar, focado em conteúdos de entretenimento variado.
• TV Express: Plataforma que liberava centenas de canais de televisão ao vivo ilegalmente.

Outros serviços semelhantes ainda enfrentam bloqueios nos próximos dias, conforme atualização da agência reguladora.

Detalhes da operação contra redes ilegais

Autoridades argentinas coordenaram a derrubada de infraestruturas digitais usadas por uma rede global de pirataria audiovisual. O foco recaiu sobre um escritório em Buenos Aires responsável por marketing e vendas internacionais. Essa estrutura atendia assinantes em vários países, incluindo o Brasil, México e África do Sul.

A investigação identificou violações sistemáticas de direitos autorais, com operações financeiras e técnicas sediadas na China. Ao todo, 6,2 milhões de assinantes globais foram impactados, dos quais 4,6 milhões residem no Brasil. A desativação dos servidores impediu o funcionamento imediato dos aplicativos associados.

Plataformas afetadas e alcance no mercado

My Family Cinema destaca-se entre os serviços bloqueados, conhecido por oferecer acesso ilimitado a conteúdos de grandes estúdios. Usuários relatam mensagens de erro nos dispositivos, informando o encerramento permanente por questões de direitos autorais. A plataforma cobrava assinaturas acessíveis, o que atraía um público amplo.

Eppi Cinema e TV Express completam a lista principal de desativações. Esses apps funcionavam como alternativas não autorizadas a serviços legais, com interfaces simples para integração em TV Boxes. O bloqueio expôs a dependência desses sistemas de servidores estrangeiros para operação contínua.

A interrupção gerou queixas em canais de atendimento ao consumidor, apesar da natureza irregular dos serviços. Muitos usuários questionam reembolsos de pagamentos recentes, mas as empresas não respondem formalmente.

Relatos indicam tentativas de contorno por meio de novas configurações, embora a eficácia permaneça incerta. A ação reforça a vigilância sobre importações de equipamentos modificados no Brasil.

Riscos associados ao uso de TV Boxes irregulares

Aparelhos de TV Box pirata, popularmente chamados de gatonet, representam ameaças à segurança digital dos usuários. Esses dispositivos frequentemente contêm malwares que roubam dados pessoais, como senhas bancárias e informações de cartões. Além disso, facilitam ataques coordenados, como os de negação de serviço distribuída.

A Anatel homologa equipamentos para garantir conformidade técnica e proteção ao consumidor. Modelos não certificados interferem em redes legítimas e expõem residências a invasões cibernéticas. Recomenda-se verificar a homologação antes da compra em sites oficiais da agência.

Ações recentes da Anatel no combate à pirataria

Desde 2023, a agência implementou um plano específico para bloquear aparelhos ilegais de streaming. Entre outubro de 2018 e maio de 2025, foram apreendidos 1,5 milhão de TV Boxes não homologados em operações nacionais. O Laboratório Antipirataria bloqueou 24.700 endereços IP e 4.428 domínios dedicados a transmissões irregulares.

Em outubro de 2025, a Operação Poty em Teresina resultou na apreensão de mercadorias no valor de R$ 2,5 milhões, incluindo roteadores e fones sem certificação. A agência promoveu o Hackathon TV Box, premiando soluções tecnológicas para detecção de irregularidades com até R$ 7 mil.

Parcerias com a Ancine fortalecem o monitoramento de conteúdos audiovisuais. Campanhas educativas alertam sobre os prejuízos econômicos da pirataria ao setor de entretenimento.

Recomendações para consumidores de serviços audiovisuais

A Anatel orienta a adesão exclusiva a plataformas licenciadas, com valores compatíveis ao mercado formal. Pacotes excessivamente baratos de fornecedores desconhecidos sinalizam riscos elevados de fraude. Verificação de homologação evita exposição a violações de segurança.

• Consulte o selo da Anatel em dispositivos de streaming.
• Prefira aplicativos oficiais em lojas reconhecidas.
• Monitore faturas para identificar cobranças suspeitas.

Essas práticas reduzem vulnerabilidades em redes domésticas e apoiam o ecossistema legal de conteúdo.

Iniciativas internacionais no setor audiovisual

A Aliança Contra a Pirataria Audiovisual coordena esforços regionais para desmantelar redes transfronteiriças. A operação argentina integra uma série de ações que visam proteger investimentos em produção de mídia. Países como Brasil e México colaboram em trocas de inteligência sobre fluxos ilegais.

Acordos bilaterais facilitam o bloqueio de domínios e o rastreamento de pagamentos. A iniciativa abrange não apenas streamings, mas também a comercialização de decodificadores modificados. Avanços tecnológicos, como ferramentas de IA para detecção, aceleram as respostas judiciais.