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DJI rejeita acusação de que seus drones foram usados por militares russos na Ucrânia

Por Eduardo Baptista

PEQUIM (Reuters) – A fabricante chinesa de drones DJI classificou como “totalmente falsas” as acusações de que o exército da Rússia está usando equipamentos da companhia na Ucrânia. O posicionamento ocorre após um varejista alemão mencionar a suposta ligação como motivo para a retirada de produtos da empresa de suas lojas.

O varejista alemão MediaMarkt anunciou na sexta-feira no Twitter a retirada de produtos da DJI de suas lojas em resposta a “informações de várias fontes” de que a Rússia está usando drones da companhia em sua campanha na Ucrânia. A rede de lojas não deu detalhes sobre as informações que afirma ter recebido.

No Twitter, a DJI afirmou que “promove utilizações civis dos drones que beneficiem a sociedade” e que a acusação da MediaMarkt é “totalmente falsa”.

“Não apoiamos qualquer uso que prejudique a vida das pessoas, seus direitos e interesses”, afirmou a DJI.

A MediaMarkt, que tem mais de 800 lojas em 12 países da Europa e Turquia, não divulgou qual informação recebeu sobre a DJI.

“Como uma companhia responsável, tomamos ação imediata e removemos a fabricante de nossos fornecedores”, afirmou a rede varejista em sua conta no Twitter na sexta-feira.

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O comentário da MediaMarkt veio em resposta a um usuário que acusou a DJI de vazar para a Rússia dados de GPS sobre posições de militares ucranianos.

Enquanto muitas empresas ocidentais anunciaram saída da Rússia após o início da guerra, a DJI, à exemplo de muitas companhias chinesas, permaneceu no país, acompanhando a posição de Pequim de conter críticas sobre a invasão promovida por Moscou.

Em 16 de março, Mykhailo Fedorov, ministro de Transformação Digital da Ucrânia, pediu ao fundador da DJI, Frank Wang, para cortar relações com a Rússia, afirmando que as tropas de Moscou estão usando produtos da empresa para navegação de mísseis em território ucraniano.

No dia seguinte, a DJI respondeu no Twitter que seus produtos, projetados para uso civil, são inapropriados para utilização em missões militares.

(Por Eduardo Baptista)