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Saba como usar e o resultado do Ozempic

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Saba como usar e o resultado do Ozempic Celebridades que aparecem cada vez mais magras têm se tornado alvo de especulações sobre o uso de medicamentos inibidores de apetite. Entre os assuntos mais comentados do X (antigo Twitter) nesta terça-feira (26), estava o remédio Ozempic, associado pelos usuários da rede social à perda de peso da cantora Maiara, da dupla com Maraísa.

Em seu perfil nas redes sociais, Maiara atribuiu seu processo de emagrecimento à mudança na alimentação e rotina de exercícios, mas não citou qualquer uso de medicamentos.

Remédios injetáveis como Ozempic e Wegovy têm sido a nova aposta de vários famosos que admitem fazer uso de medicamentos para perda de peso. É o caso da apresentadora americana Oprah Winfrey, que deixou o conselho da empresa Vigilantes do Peso após revelar que aderiu ao tratamento com as canetas.

Os medicamentos que dominaram a indústria farmacêutica têm como princípio ativo a semaglutida – substância inibidora de apetite usada para tratar diabete tipo 2. A droga promete a perda de até 17% da massa corporal em um ano, mas também tem sido procurada por pessoas que querem emagrecer rápido, sem indicação para o tratamento com a substância, o que pode trazer riscos à saúde.

Veja abaixo as principais perguntas e respostas sobre remédios como Ozempic.

Como funciona?

A semaglutida é uma substância que substitui a ação de um hormônio chamado GLP1, produzido naturalmente no intestino.

Ela atua nas seguintes regiões do organismo:

  • hipotálamo, responsável por controlar a saciedade;
  • no fígado, reduz a produção de glicose;
  • e no pâncreas, estimula a produção de insulina.

Na prática, isso faz com que a pessoa se sinta mais satisfeita, o que pode levar a uma redução de 30% a 40% do consumo de calorias, dependendo da dosagem. Há ainda medicamentos para tratar obesidade e diabetes a base de liraglutida, caso de marcas como Saxenda e Vitosa.

Quem pode usar?

Os medicamentos são utilizados para dois tratamentos bem definidos: diabetes tipo 2 e obesidade. Por terem indicações específicas, as canetas só devem ser utilizadas sob supervisão de um profissional de saúde.

NA BULA: São indicados como coadjuvantes à redução de calorias e aumento da atividade física em adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) inicial maior ou igual a 30 (obesidade) ou maior ou igual a 27 (sobrepeso), que tenha alguma comorbidade relacionada, como hipertensão, diabetes, problemas respiratórios durante o sono, artrite.

Quem não pode usar?

  • As canetas são contraindicadas para pessoas que têm alergia a qualquer componente do medicamento.
  • Pacientes com histórico de pancreatite.
  • Se a pessoa ou alguém da família teve ou tem um tipo de câncer de tireoide chamado carcinoma medular de tireoide (CMT) também é contraindicado.
  • E claro, ele não é indicado para grávidas e lactantes.

Quais os efeitos colaterais?

As canetas podem causar efeitos colaterais, principalmente, no sistema gastrointestinal. Náusea e vômito estão entre os mais comuns. Até por isso, muita gente acredita que a perda de peso esteja relacionada a esses eventos.

Outros possíveis efeitos colaterais são:

  • Diarreia;
  • Constipação;
  • Inflamação do estômago (gastrite);
  • Refluxo ou azia;
  • Dor abdominal;
  • Dor de cabeça;
  • Sensação de fraqueza e cansaço;
  • Indigestão;
  • Flatulência;
  • Gastroenterite;
  • Doença do refluxo gastresofágico; e
  • Cálculo biliar.

Segundo a Novo Nordisk, fabricante dos remédios à base de semaglutida, a maioria dos eventos tem gravidade leve a moderada e acontece de forma transitória, ou seja, dura dias ou poucas semanas).

  • Riscos no pâncreas: A bula das canetas alerta para um efeito colateral grave, mas incomum: a pancreatite. Segundo o documento, pode afetar até 1 em 100 pessoas. Segundo Cynthia Valério, endocrinologista e diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), os medicamentos não causam a pancreatite, mas, se o paciente tiver histórico, ele não deve usar as canetas.

Em entrevista ao podcast O Assunto, a nutricionista Sophie Deram alertou que o uso indevido dos medicamentos pode, inclusive, causar o reganho de peso e até mesmo desencadear comportamentos compulsivos. 

Relato

Nathalia Paes, executiva de vendas, contou ao g1 que resolveu mudar os hábitos em setembro de 2021. “Fui para um spa e comecei a praticar exercícios e fazer dieta por conta própria, sem acompanhamento médico e de nutricionista. Eu emagreci 12 kg até março de 2022 e estacionei, parei de ter resultados”, conta.

No “efeito platô”, ela decidiu procurar ajuda profissional. Foi ao endocrinologista para fazer exames e iniciar algum tratamento. “Iniciei o tratamento com Ozempic em abril de 2022. A médica me informou que existia um tratamento ‘novo’ que apresentava resultado, mas que exigia um investimento alto”.

Nathalia eliminou mais 18 kg com a ajuda do medicamento. Foram 30 kg em dois anos (somando os 12 kg em 2021/2022). Hoje ela está diminuindo o uso da caneta, mas a executiva de vendas lembra que o resultado não é fruto de um “milagre”.

“Eu mudei totalmente os hábitos, passei a realizar exercícios diariamente, além de fazer acompanhamento com nutricionista”, diz.

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